Dioneia Morato

Entre a Cruz e a Espada
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Foi assim, entre a cruz e a espada. O Funcionalismo Público de São Sepé viveu na semana passada uma situação desgastante: de um lado um reajuste salarial (não é o tão sonhado Plano de Carreira) oferecido pelo Executivo na tentativa de minimizar as disparidades que existem principalmente para aqueles que ganham menos de um salário mínimo no seu básico; de outro lado a Mesa Diretiva da Câmara de Vereadores cancelando a votação do projeto, na segunda-feira, 19, o que ocasionaria a, pelo menos, duzentos servidores receberem menos que o salário mínimo vigente sem complementação no mês de janeiro, pois se a votação não ocorresse nessa semana a folha de pagamento não poderia ser modificada em tempo hábil.

A proposta do Executivo não é a melhor, pois não contempla com avanços e benefícios os servidores que se qualificaram com faculdade, pós-graduação, entre outros cursos; mas no momento foi aceita pelo Sindicato da nossa categoria para não prejudicar ainda mais àqueles colegas com vencimentos mais baixos. Alguém pode perguntar:- Mas existe funcionário ganhando menos que um salário mínimo? Sim, existe mesmo a Constituição Federal dizendo que isso não pode ocorrer.

A Mesa Diretiva da Câmara mesmo sabendo da decisão positiva dos servidores, optou por deixar de votar o projeto o que gerou indignação na Classe e levou muita gente até o Legislativo para exigir uma explicação. Nas redes sociais foi o assunto da vez. No jogo de forças entre Executivo e Legislativo somente o funcionalismo sai lesado. Ao invés de ações desse tipo sugerimos que nossos políticos lutem por nosso Plano de Carreira, bandeira sempre lembrada por todos na época das eleições, mas, parece que, esquecida depois que o voto é conquistado!

Após muita conversa o projeto foi votado na quarta-feira, 21, em Sessão Extraordinária com a casa lotada pelos servidores. Aos colegas fica a mensagem de que temos força quando estamos unidos e vimos isso na prática no momento em que nos colocamos na Casa do Povo pressionando pela votação do nosso projeto.

Na mesma Sessão que tratou sobre o funcionalismo, foi aprovado o projeto de aumento das diárias dos vereadores, com quatro votos contra. Momento não muito oportuno, diante do que vivemos, mas cabe ao povo analisar essas contradições.

Para um ano em que as previsões dizem que haverá muitos embates, começamos bem. Resta saber o que ainda nos aguarda pelos próximos onze meses.

 

Dioneia Morato

Cientista Social/Funcionária Pública