Um caso de chikungunya foi confirmado pela prefeitura de Santiago. Essa é a primeira vez que a doença foi diagnosticada na cidade. O laudo da Coordenadoria de Saúde foi entregue ao prefeito Tiago Gorski Lacerda, e a secretária de saúde do município, Gisélle Ribeiro, no fim de semana, e o anúncio foi feito durante uma coletiva de imprensa ontem, no gabinete do prefeito.
A secretária Gisélle Ribeiro não descarta que o mosquito Aedes Aegypti, transmissor da doença, tenha chegado à cidade por meio de algum entregador, vindo de fora do Rio Grande do Sul. Principalmente, porque a infestação ocorre em uma quadra do Centro da cidade, onde estão localizados alguns estabelecimentos comerciais, entre eles, uma floricultura. Segundo a secretária, os agentes farão uma varredura e aplicação de inseticida onde os trabalhos estarão concentrados.
“Nosso pedido é para que as pessoas que tenham qualquer sintoma, como febre alta acima de 38, manchas no corpo ou dores nas articulações, procure as unidades de saúde e não se automedique. Precisamos ver se são características de um possível caso”, enfatizou a secretária.
De acordo com o titular da 4ª Coordenadoria Regional de Saúde, Roberto Schorn, há uma semana começaram as investigações sobre a doença na cidade e, segundo ele, o que está ocorrendo é uma infestação do mosquito no município. Segundo ele, a coordenadoria, agora, aguarda o resultado dos exames de outras 13 pessoas.
“Já foi feita uma contenção nesse quarteirão em Santiago, porque as pessoas que estão manifestando os sintomas da doença em sua maioria trabalham naquela região. Mas as amostras já foram enviados para a análise do Laboratório Central do Estado e em poucos dias teremos o resultado, É bem provável que mais casos sejam confirmados”, explica Schorn.
Na coletiva, antes de partir para a Marcha dos Prefeitos em Brasília, Tiago Gorski Lacerda fez um apelo a população santiaguense, para que auxilie na prevenção e combate ao mosquito Aedes Aegypti.
“Montamos uma força-tarefa para atender e reforçar o combate. Mas precisamos que a comunidade ajude. Se o seu pátio está limpo e o do vizinho não está, denuncie. Pois é um problema de saúde pública e que pode atingir você, sua família”, ressaltou o prefeito.
A Secretaria Estadual de Saúde do Estado, até o início de maio, havia confirmado 10 casos de dengue e dois de febre chikungunya. Os dois teriam sido picados pelo mosquito fora do Rio Grande do Sul. Com a confirmação em Santiago, já são três casos somente neste ano.
COMO PREVENIR
De acordo com a infectologista Jane Margarete Costa, a chikungunya faz parte do trio de arboviroses que incluem a dengue e a zika, doenças causadas pela picada das fêmeas do mosquito Aedes aegypti e Aedes albopictus.
Os sintomas, segundo a infectologista diferem dependendo do organismo de cada pessoa, mas na maioria se revelam com febre acima de 38,5 graus, vermelhidão na pele e dores nas articulações.
“De todas as arboviroses a chikungunya é a que causa mais dor. E o período de encubação, após a picada, pode levar de dois a dez dias. E o tratamento é sintomático. O que devemos fazer é prevenir, executar a limpeza dos pátios, cuidar do ambiente. E torcer para que seja um inverno bem frio, para diminuir a atividade do mosquito”, afirma a especialista.
Fonte: Diário de Santa Maria
