Colunista relembra fatos marcantes da história do bloco “Canela de Zebu”

0
298
CANELA DE ZEBU VALDIOCIR2
Valdiocir Bolzan, Manequinho e Caruso Pires.

Há cerca de 65 anos surgia um bloco de carnaval que entraria para a história de São Sepé. Fundado em 1950, o “Canela de Zebu” levou alegria e diversão pelas ruas da cidade durante vários Carnavais. Nesta sexta-feira, 13, o bloco estará se apresentando em frente ao Centro Cultural, durante a abertura do Carnaval Municipal.

Nossa reportagem procurou o colunista Valdiocir Bolzan que relembrou fatos marcantes da história do grupo. Ele fez parte do bloco entre 1979 e 1985.

Por onde passava, o Canela de Zebu lotava as ruas de pessoas que apoiavam o bloco e chamava a atenção pela irreverência, já que os integrantes seguiam vestidos de mulher ou com máscaras. Na época existia a “Charanga do Tatá”, comandada pelos irmãos Laerte e Getúlio Silveira, que animavam o bloco.

valdiocir canela de zebu
Valdiocir mostra antigo Livro Caixa do bloco.

Com um livro de contabilidade em mãos, Bolzan mostrou algumas anotações de receitas e despesas que passavam pelo livro caixa feito especialmente para controlar as contas do “Canela”. Em 1984, quando era presidente do bloco, Bolzan conta que os recursos eram oriundos de ajudas da Prefeitura ou de donativos dos frequentadores. Entre as despesas encontravam-se gasolina, foguetes, bebidas, músicos e churrasco.

Ele conta que haviam inúmeros locais de saída: garagem do Jorge Brum e casa do Valdiocir na esquina das ruas Lauro Bulcão e 7 de Setembro. O itinerário seguia pela 7 de Setembro até a agência dos Correios, com voltas pela Praça das Mercês até o antigo Bar do Deluy. Depois, os foliões seguiam ao Clube Bento, do Comércio e clube Visconde do Rio Branco onde, segundo Bolzan, eram “abastecidos de bebidas”.

“Na década de 80, havia uma infiltração de pessoas que não pertenciam ao Canela. Tinha uma época que éramos identificados com pulseiras, todos fantasiados”, relembra.

E Bolzan relembrou alguns integrantes que participaram do bloco antigamente: Jorge Brum, Manequinho, Valdiocir Bolzan, Luiz Leopoldo Jacobus, Tio Cunha, Mário Porto, João Souza, Sepé Porto, Portinho, Rogério Vargas, Laerte Silveira, Getúlio Silveira, entre outros. O ex-integrante do bloco acredita que o bloco “perdeu força”, pois os membros mais antigos que faziam parte da diretoria foram se desligando do Canela de Zebu.

Para Valdiocir, homens vestidos de mulher ou integrantes com máscara serviam para que o “Canela de Zebu” se tornasse um bloco diferente e que mudasse a “cara” do Carnaval sepeense na época.

 


Jaula de circo abandonada

Bolzan conta que na época após um circo ir embora da cidade, ficou na cidade uma jaula com pneus que era puxada através de um reboque.

Com o veículo abandonado nas proximidades da rua Capitão Emídio Jaime de Figueiredo, integrantes do “Canela” utilizaram um trator que foi usado para puxar a estrutura pelas ruas. Dentro estavam vários personagens do bloco fantasiados.

 


A cavalo com esporas de lata

Outro fato marcante na história do “Canela de Zebu” foi quando Favorino Barreto, na década de 60, então integrante na época, andou a cavalo pelas ruas com esporas de latas de marmelada, tocando uma vaca.

Na esquina das ruas Plácido Gonçalves e Coronel Veríssimo, onde antigamente funcionava a loja Insinuante, a vaca caiu em um buraco de uma antiga obra da Hidráulica, hoje Corsan. O fato chamou a atenção de pessoas que estavam no local.

 

CANELA DE ZEBU VALDIOCIR1
Valdiocir Bolzan durante participação no bloco Canela de Zebu.