Atirador que matou pai e filho entrou no apartamento da família para roubar

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Foto: Gabriel Haesbaert/Diário


Detalhes que até esta terça-feira, 6, eram desconhecidos pela Polícia Civil sobre o assassinato de Gilberto Mendes, de 61 anos, e do filho Gabriel Gonçalves Mendes, de 16 anos, foram informados pela sobrevivente do ataque do último sábado no apartamento da família, na Rua Floriano Peixoto, no Centro de Santa Maria.

Vera Lúcia Brasil Gonçalves, de 56 anos, mãe de Gabriel e mulher de Gilberto, contou à polícia alguns pontos de como foi o crime, que deve ser tratado como latrocínio (roubo com morte) a partir de agora pela investigação.

O delegado regional Sandro Meinerz, que acompanha as investigações do caso, foi até o Hospital Universitário de Santa Maria (Husm) nesta terça-feira. Ele conversou com Vera, que segue hospitalizada porque levou dois tiros. O delegado explica que não foi um depoimento oficial, apenas uma conversa entre os dois.

A vítima contou que Diego Anderson Fontoura, 29 anos, que matou pai e filho e que atirou contra Vera, entrou pela porta do apartamento. Na ocasião, a porta estava fechada, porém, não estava trancada com chave. Os três, Vera, Gilberto e Gabriel, estavam dormindo no momento da invasão.

“Eles se acordaram com o indivíduo (Diego) dentro de casa, gritando. Em um primeiro momento, ele pediu dinheiro, joias e arma. Ele chegou a dizer que já tinha matado uma pessoa e que não custava matar outras três. A gente acredita que essa pessoa que ele fez referência seria o Marcelo Fracari (que foi atingido por Diego na rua, no mesmo dia). Ele agrediu e ameaçou a família. Chegou a dar coronhadas no Gilberto e no Gabriel e tapas na dona Vera”, contou o delegado.

Foto: Gabriel Haesbaert/Diário

Ainda conforme o relato da vítima ao delegado, depois de a família entregar alguns objetos pessoais, cerca de 15 minutos depois da invasão, ele disparou contra Gilberto, Gabriel e Vera. Ela caiu no chão ao ser atingida e contou que permaneceu deitada, sem se movimentar. Enquanto estava deitada, ela ficou ouvindo o barulho da movimentação do bandido. Quando percebeu silêncio, ela correu para o quarto do filho e usou móveis, como escrivaninha e cadeira, para trancar a porta, mas Diego nem tentou abri-la. Ela estava sem celular e mandou mensagem para o familiar do computador do filho, que estava nesse quarto.

Vera Lúcia permaneceu trancada no quarto sem saber exatamente o que estava acontecendo naquele momento. Ela não sabia se o marido e o filho estavam mortos e fez o primeiro contato com a polícia pela janela do quarto.

“Quando a polícia entrou, ele (Diego) já estava apagado. Ela não sabia dessa situação, e a polícia já estava lá dentro e socorreu a vítima”, esclarece o delegado.

Apesar de ser tratado como latrocínio, Meinerz explica que, como o criminoso está morto, não vai mudar o andamento do caso.

“Se o Diego estivesse vivo, mudaria bastante, porque ele é o responsável por isso. Agora, ainda trabalhamos nas questões da procedência da arma, se ela foi usada em outros crimes, de onde o Diego veio”, conclui Meinerz.

 

O ataque

Na madrugada de sábado, 3, Diego abordou Marcelo Fracari, de 37 anos, que estava com amigos na rua, em frente a uma lanchonete na Floriano Peixoto. Ele queria usar o carro de Marcelo para fugir. Ao negar o carro, Marcelo foi alvejado com um tiro no peito e ficou ferido. Diego fugiu correndo pela rua e pulou o muro do prédio onde a família Mendes mora. O apartamento da família não era um alvo específico do bandido. A polícia acredita que ele estava tentando fugir quando chegou ao local.

Marcelo Fracari, que estava hospitalizado desde o dia do fato no Hospital de Caridade Astrogildo de Azevedo, recebeu alta nesta terça-feira, por volta do meio-dia.

 

 

Fonte: Diário