



O convidado desta semana do quadro “Por Onde Anda, Sepeense?” é o sepeense Jadiel Vasconcelos.
“O Sepeense” lembra que este espaço vale também para aqueles e aquelas que não nasceram em São Sepé, mas que de uma forma ou de outra possuem ligações com o município e se sentem sepeenses de coração.
Trajetória
Saí de São Sepé dia 25 de agosto de 2009 e desembarquei em Teutônia na Serra Gaúcha dia 27/08/2009, me apaixonei pelas paisagens da região, pelo capricho do povo daqui, é uma região de progresso, eles plantam em cima de laje de pedra e tudo dá.
No mesmo dia já estava trabalhando em uma turma de pintura, e recebendo por semana, caramba, isso era muito diferente do meu mundo. Três anos depois constitui família junto da minha esposa Rutiane Ribas da Silva, também sepeense, me tornei pai e a partir dali tive certeza do que queria pra minha vida.
Abri minha micro empresa Studio Nova Era Tattoo) e lá se vão o total de sete anos. Agora estamos entrando em uma nova etapa das nossas vidas, estamos nos mudando para SC para nos aprimorarmos e expandirmos.
O que lhe motivou a sair de São Sepé?
Sinceramente, a minha única esperança de melhoria, crescimento ou estabilidade, de me orgulhar de algo, ou dar orgulho as pessoas que me rodeavam assim como a de muitos jovens sepeenses sem berço ou padrinhos, era o exército. Quando não consegui engajar, eu já sabia como seria o meu futuro voltando para casa.
Quantas vezes ao ano vem a São Sepé?
Eu sinto saudade da minha turma, de como foi a minha adolescência na minha Terra. Em 2015 fomos com bastante frequência, pelo menos a cada dois meses, mas na maioria das vezes nem vamos à cidade, ficamos nos meus sogros que moram pra fora, pois todos os meus amigos hoje também não moram mais em São Sepé, e o lugar onde cresci está totalmente mudado.
Pretende ainda voltar algum dia, para morar?
Já tive motivos suficientes para aprender que ‘nunca mais’ é tempo de mais, ainda mais para quem muito bebeu água da Fonte da Bica, mas hoje com certeza não pretendo voltar.
O que acha de nossa cidade?
Acho a nossa cidade maltratada, o problema não é a cidade, o problema é em parte a péssima administração, e em parte a nossa cultura.
São muitas gerações que formam uma cultura, e como disse, aprendi que ‘nunca’ é tempo de mais, mas não se muda uma cultura, cultura ou se perdura por muito tempo, ou mais dificilmente se perde no tempo, mas leva muitas gerações para isto, e acredito que não aconteça na minha geração. Justifica por que saí e não voltaria a morar na minha Terra Natal.
