Padre Gerson e sua relação de carinho com São Sepé

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A notícia da transferência do Padre Gerson Gonçalves para Santa Maria entristeceu os sepeenses. Em nossa página do facebook, houve muitos comentários de pesar e, também, de gratidão aos 17 anos que o padre dedicou a comunidade de São Sepé.

Natural de Tupanciretã, Gerson viveu na cidade natal até os 18 anos, quando foi estudar no Seminário São José, em Santa Maria, para começar os estudos como seminarista. “Decidi que seria padre quando eu tinha 10 anos de idade. Os seminaristas fizeram uma visita na minha cidade e eu me interessei muito pelo trabalho deles. Gostei e decidi seguir os estudos”, conta.

O padre que também é professor da rede privada e estadual de ensino, é formado em filosofia e teologia. A relação do Gerson com os jovens e a capacidade de mobilizar a juventude na igreja é admirável por tosos que o conhecem. “Essa minha relação com os jovens é natural, e a comunidade de São Sepé é especial. Os jovens aprendem desde cedo a ter fé e se engajar com a igreja na Festa do Divino, por meio da corte infantil. É ali que a criança aprende a participar”, explica.

 

PADRE GERSON E SÃO SEPÉ

“Sou sepeense de coração”

Padre desde 8 de dezembro de 1994, Gerson já passou por cinco cidades: Santa Maria, São Martinho da Serra, São Pedro do Sul, Vila Nova do Sul e São Sepé. Foi na terra de Sepé Tiaraju, que o pároco mais se identificou. Na cidade há 17 anos e padre titular há 15 anos, Gerson criou raízes sólidas em São Sepé. Respeitado e querido pelos cidadãos, o Padre fez amigos e desenvolveu projetos importantes para o município.

Gerson se intitula “sepeende de coração”, segundo ele, a cidade tem um povo proativo, solidário e trabalhador. “A comunidade abraça a igreja, a Festa do Divino é uma prova disso. Todos os anos, os sepeenses se envolvem com a festa mais tradicional da cidade”, conta orgulhoso.

Essa relação com os jovens é um dos fatores mais importantes para mobilização da comunidade. É por meio do Junap (Grupo de jovens) e PAEM (pré-adolescentes em movimento), que o trabalho social da igreja é mais visto e disseminado. “A galera se engaja. Eles pensam e trabalham muito. A gente só auxilia. A Cláudia Posser é quem presta assistência e gerencia a gurizada. Eu, claro, supervisiono, mas confio muito na responsabilidade deles”, diz confiante que o próximo padre dará seguimento a esse grupo tão importante para igreja, que, infelizmente, em virtude da pandemia, precisou ser suspenso por um tempo.

Além dos adolescentes, Gerson também é querido pelos adultos, que se dedicam a ajudar a paróquia. São cursilhos e demais eventos promovidos pela igreja que a amizade se fortalece. “Deixo meu coração aqui. Sou feliz, tenho amigos, irmãos e irmãs e muito carinho”, relata emocionado ao se sentir acolhido pelo povo de São Sepé. “São Sepé é minha casa”, finaliza dizendo que vai voltar sempre para visitar, e ainda convida os sepeenses a irem a Santa Maria.

 

O PADRE, A IGREJA E A FÉ

A fé é algo muito forte na vida de todo sacerdote, ela é o combustível para o trabalho social e espiritual realizado por quem se dedica à igreja, seja qual for a religião. Padre Gerson é devoto de São Francisco de Assis, tem dezenas de imagem do santo na instante de sua casa. “Eu sou devoto de São Francisco de Assis, São João Paulo II, São João Maria Vianney (padroeiro dos padres) e, claro, Jesus Cristo”, pontua.

Porém, segundo o Padre, a fé é algo inexplicável, é força e esperança, é sobre acreditar. “A fé é caminho, caminhada de amadurecimento e maturidade na vida da gente. Eu me abandono em Deus”, relata.

Emocionado ao falar sobre a sua  fé, Gerson revela que tem um jeito diferente de rezar, pedir e agradecer bênçãos para Deus. “Eu rezo todos os dia as orações que os padres precisam rezar, mas eu sempre converso com Deus. Eu falo com ele, e ele me entende. Eu sou franco. Converso como amigo, como filho. E no final de cada dia, eu agradeço por tudo que deu certo no dia, e peço que ele me ajude naquilo que ainda não deu”, pondera.