Há 35 anos, Cotrisel participava do “Grito do Campo”

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Fotos: arquivo Cotrisel e Ascom Fecoagro


 

Fotos: reprodução/arquivo Cotrisel e Ascom Fecoagro

No dia 2 de outubro de 1984, a Cotrisel junto aos produtores rurais da Região Central, rumavam a capital gaúcha para se unir a mais de 35 mil produtores rurais de todos os cantos do interior do Rio Grande do Sul, que participariam do “Grito do Campo”, uma grande movimentação que aconteceu no Estádio Beira-Rio, em Porto Alegre.

O movimento foi planejado em todos os detalhes nas 68 cooperativas filiadas à Fecotrigo (hoje Fecoagro) e anunciado, com destaque, nos jornais e emissoras de rádio e televisão, seria um alerta cooperativo à nação, num momento crucial da retomada da democracia.

O jornalista, Waldir Antonio Heck, fundador do jornal O Interior, que participou ativamente da mobilização e organização do evento e relata diversos momentos, descritos a seguir:

“Naquele período as reivindicações não tinham eco junto aos órgãos governamentais. ‘Falta incentivo, seguro e força política’, registravam os diagnósticos. Assim, naquele ano, depois de muitos debates, os dirigentes das cooperativas tomaram uma atitude mais ousada para fortalecer politicamente o setor. Apoiado por unanimidade, o presidente da federação, Jarbas Pires Machado, convocou a ‘Concentração Estadual de Produtores Rurais’ – que ficaria conhecida como ‘O Grito do Campo’.

No estádio o público recebido e saudado por reconhecidos artistas que haviam aderido ao ato público para ‘aquecer a torcida’. O “Grito do Campo” foi um ato de intercooperação que ganhou grande sinergia e destaque na mídia, por reunir lideranças de todas as correntes políticas e sociais, mostrando a força da união e a importância desse macrossetor, hoje chamado de agronegócio reconhecido como o mais significativo do Brasil.

Além dos dirigentes de entidades rurais, os líderes partidários Pedro Simon, Alceu Collares e Olívio Dutra (futuros governadores) apoiaram a mobilização com enfáticos pronunciamentos, mostrando o inconformismo com a situação política nacional de então. A presença do candidato à Presidência da República Tancredo Neves alimentava a grande esperança para um novo Brasil.

Hoje, há exatos 35 anos desse grande feito, os ecos do ‘Grito do Campo’ ainda lembram que o cooperativismo e a agricultura são a grande força do Rio Grande do Sul.”

 

Fonte: Cotrisel/Texto Original Waldir Antonio Heck, modificado por Juliana Graebner