Mais sofrido, impossível. Por questão de poucos minutos, o Grêmio não viu o fantasma da Série B assustar com força o torcedor a quatro rodadas do fim do campeonato. Mas um gol contra do Juventude nos acréscimos salvou o time da derrota e, com um empate em 2 a 2, o Tricolor fica em 13º lugar e pelo menos mantém-se afastado das últimas colocações no Campeonato Brasileiro – mas não das vaias ao final do jogo. Na quarta-feira que vem, enfrenta o Cruzeiro, em Belo Horizonte. Com o resultado, o Juventude também deixa a zona de rebaixamento. A direção montou todo um esquema de logística para contar com os jogadores que atuaram por suas respectivas seleções nas Eliminatórias: Villasanti (Paraguai), Soteldo (Venezuela) e Aravena (Chile). O trio até tinha condições de jogo, mas Renato Portaluppi preferiu largar com todos eles no banco de reservas em função do desgaste tanto das partidas como das viagens. Nem precisou. Mal o ponteiro do relógio tinha dado suas primeiras voltas e o Grêmio já estava em vantagem. Aos dois minutos, Edenilson fez um ótimo lançamento da defesa e achou Diego Costa no ataque. O centroavante encontrou Braithwaite livre e só rolou para a conclusão certeira do dinamarquês: 1 a 0. O gol trouxe a tranquilidade que o torcedor gremista tanto almejava, mas não veio necessariamente acompanhado de um bom futebol. Em quase todo o restante da etapa inicial Grêmio e Juventude fizeram um duelo carente de criatividade e, de certo modo, também de velocidade. As oportunidades até aconteciam aqui ou ali, mas fruto de tentativas individuais. Só que essas contam tanto quanto. E em uma dessas jogadas casuais, o time da Serra conseguiu o empate. Aos 50 minutos, logo após o Grêmio perder o zagueiro Rodrigo Ely por lesão, Ewerthon cobrou falta alçando a bola na área tricolor. No meio da zaga, Mandaca cabeceou no canto, sem chances para o goleiro Marchesín: 1 a 1. Na volta do intervalo, a tensão parecia ser muito maior do lado azul do que do verde. Nervosismo que aumentou aos seis minutos, Gustavo Martins saiu jogando errado e a bola ficou com Mandaca. O passe preciso encontrou Lucas Barbosa livre, que encobriu Marchesín para fazer 2 a 1 e deixar o ambiente ainda pior na Arena. A confiança dos minutos iniciais deu lugar a um Grêmio atônito em campo, como que sem acreditar no que acontecia. E quase ficou pior. Aos nove minutos, Jadson sofreu pênalti de Reinaldo, mas Marchesín defendeu a cobrança de Talieri.
Em desvantagem, Renato ligou o modo tudo ou nada. Colocou em campo Monsalve e Pavón. O resultado não veio. Então, o técnico pisou ainda mais fundo no acelerador: além de trocar Diego Costa por Arezo, surpreendeu ao sacar Geromel e colocar Soteldo em campo.
A pressão tricolor de fato aumentou, mas longe do que se supunha com uma formação tão ofensiva. Na base do desespero, o Grêmio tentava de tudo quanto era jeito. Aos 47, Monsalve soltou a bomba e a bola bateu na trave. O Juventude, porém, defendia-se relativamente bem. Mas aos 48, Cristaldo cobrou falta com um chute forte em direção ao gol, a bola desviou em João Lucas e tomou o rumo das redes. Era o empate gremista. O empate que àquela altura do campeonato era quase uma vitória