



Com a aproximação do verão, as temperaturas se elevam e contribuem para o aumento de contato de seres humanos com serpentes (cobras). Nesta semana, o produtor rural de São Sepé, Alex Tonetto, encontrou duas cobras: uma cruzeira e uma coral. O fato aconteceu na última terça-feira, 3.
Tonetto, que trabalha na produção de hortaliças no Terceiro Distrito, disse que estava trabalhando no campo quando encontrou duas serpentes. Com o auxílio de uma enxada, o produtor removeu as cobras do local e largou em uma área distante da encontrada.
O produtor disse que já encontrou serpentes de ouras espécies na propriedade e isso costuma ser comum, principalmente nesta época do ano.
Em reportagem publicada pela Fundação Zoobotânica do Rio Grande do Sul recentemente, a tratadora do Núcleo Regional de Ofidiologia da entidade, Acácia Winter, destacou que 80% dos casos dos acidentes com serpentes são causados pelo grupo das jararacas, cruzeiras e jararacuçu.
Segundo Acácia, a maioria das cobras venenosas possui fosseta loreal (orifício entre o olho e a narina que funciona como receptor do calor), pele com aspecto rugoso (a não venenosa possui pele lisa e brilhosa) e cabeça com formato triangular.
“Outro detalhe, as cobras venenosas possuem maior atividade à tarde e à noite, quando estão a caça de roedores. Mas na natureza toda regra tem exceção: as corais verdadeiras possuem a pele lisa, brilhosa, não possuem fosseta loreal e, embora de comportamento bastante tranquilo, são extremamente venenosas”, salienta.
A importância das cobras
São predadores e presas, responsáveis pelo controle populacional de outros animais (ratos, por exemplo). O veneno é usado para fabricar medicamentos, entre eles o tratamento para picada de serpentes e remédio para pressão alta.
Ameaça
Matança indiscriminada e destruição do habitat. No Rio Grande do Sul, estão ameaçadas de extinção a jararacussu, a cotiara e a surucucu do Pantanal.
Prevenção
Andar de botas ou perneiras, atenção ao colher frutas, atenção redobrada nos locais de mata, campo e brejo, manter predadores naturais, atenção ao mexer em materiais empilhados, usar luvas em colheitas e jardinagem, ficar alerta próximo a rios e lagoas, maior atenção à noite.
O que fazer em caso de acidente
Acalmar o acidentado e mantê-lo em repouso, lavar a área afetada com água e sabão e mantê-la elevada, levar o acidentado imediatamente para um hospital ou posto de saúde e, se possível, fazer registro fotográfico da cobra causadora do acidente, para que seja feito o tratamento adequado.
O que não fazer
Não fazer torniquete ou garrote, não colocar substâncias no local da picada (café, fumo, folhas, urina etc), não cortar ou queimar o local da picada, não sugar o veneno, não ingerir bebidas alcoólicas ou outras substâncias. Atenção: só o soro cura a picada de cobra.
O soro
O soro não é vendido. Ele só pode ser aplicado em hospitais de referência. Em caso de acidente deve-se procurar o hospital mais próximo, pelo telefone 192 (SAMU). O Centro de Informação Toxicológica (CIT), presta informações pelo telefone 0800-721-3000, em qualquer parte do Estado.
VÍDEO | O produtor rural registrou o momento em que encontrou a serpente
* Segundo o produtor, a cobra já estava sobre os canos quando foi encontrada
* Com informações da Secretaria Estadual de Meio Ambiente
Fotos e vídeo: divulgação / Alex Tonetto
