Uma situação delicada foi presenciada por uma moradora de Formigueiro na tarde do último sábado, 17. Pelo menos dois cães foram atacados por um porco espinho na localidade de Cerro do Louro, às margens da VRS-808, trecho que liga Formigueiro à Vila Block.
De acordo com a fotógrafa Janea Becker, era tarde de sábado quando ela e o esposo, Erni Becker, seguiam de carro em direção à localidade. Foi quando eles passaram em frente a uma residência e avistaram os cães na frente da casa, às margens da rodovia. Janea e Erni constataram que os cachorros estavam com diversos espinhos e haviam sido atacados por um porco espinho.
“Avistamos os cães em frente a casa, à beira da faixa, e vimos aquela situação. Paramos e imediatamente fomos em direção a eles com medo que poderiam estarem bravos, até devido às dores que estavam sentindo. Mas eles deixaram nós chegarmos perto. Fomos chegando, pegamos no colo, colocamos no carro e retornamos. Levamos para nossa residência”, conta.
Janea disse que na residência não havia ninguém no momento do ataque e diz não conhecer os moradores do local. A fotógrafa disse que somente no cão marrom haviam mais de 215 espinhos.
“Meu esposo pegou sedativo e anestésico com veterinário e foi aplicado anestesia geral. Tiramos um por um com uma pinça e um alicate. Muito triste. Os espinhos perfuraram, entraram por baixo no queixo e estavam saindo pelo nariz. E outros saindo perto dos olhos”, relata.
Um dos cães, o cinza, já foi devolvido ao local, mas Janea disse que não havia ninguém na casa. Já o cachorro marrom, até a tarde de domingo, 18, estava com febre, debilitado e com alguns espinhos saindo de dentro para fora. O caso seguia sendo monitorado.
O que fazer quando um cão for atacado?
A médica veterinária Cibele Bolzan Scherer explica que a retirada dos espinhos deve ser feita somente por médico veterinário, isso porque o animal deve ser anestesiado.
“O espinho tem uma parte pontiaguda, que fixa no animal, e uma parte que visualizamos externamente que exige técnica para ser extraído e a parte que fixa não apenas quebrar e permanecer no animal, pois caso fique gera uma reação inflamatória e muita dor. Não se cogita em tentar extrair sem o animal estar sob efeito anestésico, pois a dor é intensa”, explica.
Casos são mais comuns no interior
Cibele disse que esse tipo de caso envolvendo porco espinho é muito comum, e acontece no interior. Casos também ocorrem na cidade, mas com menor frequência.
Em caso de ataque, é importante a busca por ajuda profissional
“É muito importante tão logo o cão sofra o ataque o proprietário buscar ajuda profissional, pois quanto mais tempo se leva, maior a dor e a dificuldade em retirar os espinhos”, comenta.
Além da quantidade de espinhos no animal, há casos onde se tem maior gravidade devido aos locais onde o animal é atingido como cavidade oral, nasal e olhos.
Casos semelhantes podem ocorrem em gatos. Mas em cães há maior incidência em razão do instinto de caça.
Fotos: Divulgação