Em reunião realizada quarta-feira, 4, em Brasília (RS), o Banco do Brasil apresentou ao setor arrozeiro as diretrizes para realizar a renegociação das dívidas dos produtores em relação à última safra. Até a próxima semana deve ser anunciada uma posição oficial do agente financeiro sobre os custeios, mas em relação aos investimentos ficou acertada a prorrogação dos vencimentos de investimentos de 2018 que passarão para o final do contrato.
Segundo o vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, a proposta do Banco do Brasil era de um pagamento de 30% dos custeios da safra 2017/2018 que vencerão neste ano e com isso concederia três anos de prazo depois do pagamento desta entrada. “Argumentamos que isto seria uma medida emergencial para que tirasse o compromisso imediato do produtor destes financiamentos e a entrada de 30% seria muito pesada. Solicitamos que fosse de 10% porém o banco argumentou as dificuldades deste percentual menor mas aceitou levar para a diretoria para tentar aprovar esta medida. Esperamos que se chegue a um número de 20% de entrada”, observa.
Na audiência, intermediada pelo coordenador da Comissão Externa do Endividamento Agrícola, deputado Jerônimo Goergen (Progressistas/RS), o dirigente da Federarroz apresentou as dificuldades relacionadas ao setor arrozeiro gaúcho, que tem convivido com altos custos de produção e preços baixos, além da concorrência desleal do produto oriundo do Mercosul. “Colocamos o contexto da lavoura de arroz e a necessidade de tratarmos as questões estruturais com o governo, mas com o Banco do Brasil tratamos da urgência desta medida para tirar a pressão do mercado com os vencimentos que se aproximam”, ressalta.
Outras agendas relacionadas ao setor foram realizadas na Capital Federal. Com a intermediação de Goergen e do deputado Alceu Moreira (MDB/RS), houve uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM/RJ), onde foi discutido o projeto que trata da fiscalização do arroz vindo do Mercosul. “O presidente da Câmara nos prometeu que colocaria nesta semana ainda o projeto para ser apreciado pela Casa”, informa.
As dificuldades da lavoura arrozeira foi tema de encontro com a Bancada Gaúcha no Congresso Nacional, onde o vice-presidente da Federarroz apresentou um resumo da situação atual da lavoura de arroz falando das dificuldades de mercado, além de colocar a necessidade de achar uma solução de longo prazo sobre o endividamento dos produtores. Também foi oficializado convite da Confederação Brasileira de Agricultura e Pecuária (CNA) para que a entidade participe de um Grupo de Trabalho específico sobre os gargalos da cadeia orizícola, onde a Federarroz deve participar a partir de maio.
Fonte: AgroEffective