Após negociação com superintendente, manifestantes liberam trecho da BR 290

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Após mais de três horas, foi totalmente liberado por volta das 19h40min, o trânsito na BR 290, próximo à nova ponte do Guaíba, No local, moradores de diversos bairros da Zona Norte de Porto Alegre pediam à Caixa e ao governo federal esclarecimentos sobre a aquisição de novas casas através do programa Compra Assistida. Entretanto, em ambos os sentidos ainda há bloqueios intermitentes na BR 290, na região das ilhas.

Entre o final da tarde e o início da noite, ambos os trechos ficaram com trânsito totalmente bloqueados. Segundo os manifestantes, a principal reivindicação é pelo aumento do prazo para a aquisição das novas casas pelo programa Compra Assistida. Segundo eles, assim que selecionados os compradores têm 60 dias de prazo para fazer a aquisição, mas alegam ser um prazo muito curto. Assim, foi exigida a presença do superintendente da Caixa, Renato Scalabrin, e também do comandante da Secretaria de Apoio à Reconstrução do RS, Maneco Hassen, no local para desocupar as pistas.

Por volta das 19h, Scalabrin se dirigiu até o trecho interrompido sob a nova ponte, onde se reuniu com lideranças dos moradores e com a população que fazia a manifestação. Após cerca de 30 minutos de conversa, ficou acordado acertado que um novo encontro ocorrerá amanhã às 14h, entre as lideranças comunitárias e a Caixa.

Depois de findada a primeira reunião, os representantes da Caixa seguiram para a região das ilhas do Guaíba, onde uma nova reunião será realizada com os líderes locais.Conforme a PRF, o trânsito foi liberado por volta das 20h50min no local.

Questionado sobre as demandas solicitadas pelos moradores, Scalabrin apenas confirmou a reunião de amanhã, mas informou que não daria entrevista.

Aos moradores, o superintendente informou que cada caso deve ser levado aos líderes comunitários para ser levado à Caixa. Além disso, disse que todos moradores já selecionados serão contatados por telefone, para que a instituição entenda como está o andamento do processo.

Moradores têm receio de não poder escolher a casa

Embora com algumas diferenças, a situação dos moradores de ambos os trechos bloqueados é semelhante: o receio com os prazos para a escolha da nova casa através do programa Compra Assistida.

Segundo eles, os compradores têm 60 dias de prazo para fazer a aquisição, mas somente a análise dos documentos necessários pode demorar um mês, o que inviabilizaria a compra e seriam obrigados a ir para imóveis indicados pela Caixa Econômica Federal. “Queremos que a Caixa emita uma nota oficial sobre o prazo de 60 dias. Eles têm que esclarecer esse prazo, porque segundo o Maneco Hassen, ao estourar o prazo de 60 dias, o beneficiário perde o direito à compra assistida e é obrigado a aceitar um outro programa habitacional. Ou seja, um conjunto habitacional que vai ser construído, sem nem saber quando”, afirma a integrante do comitê das Ilhas e organizadora da manifestação, Fernanda da Silva Farias.