Zizi Machado

Que venham dias melhores!
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Não é de hoje que o mundo virtual, em especial, as redes sociais, são palco de bate-bocas, desentendimentos, distorções, amizades desfeitas, etc. O próprio nome perdeu sua essência a partir do momento em que as pessoas perderam a capacidade de respeitar as opiniões alheias e as preferências de cada um, descaracterizando o convívio social.

Claro que nem todos se deixam levar por essa animosidade que estamos vivendo atualmente, onde corrupção é o tema central. E nem poderia ser diferente, diante das tantas dificuldades que estamos vivenciando, somado ao visível despreparo do governo federal em lidar com a situação.

Os protestos que marcaram o Brasil, de norte a sul, no último dia 15 de março, foram um recado para mostrar o quanto o povo brasileiro está insatisfeito com o governo de Dilma Rousseff e extremamente indignado com a corrupção na Petrobras. E não adianta o PT continuar se enganando com aquela historinha repetitiva e cansativa de que os protestos foram protagonizados pela elite brasileira, a “elite branca”, como denominaram, ou apenas por quem não votou na Dilma. Inclusive chamou a atenção a ausência de bandeiras de partidos, provando que quem foi às ruas eram cidadãos brasileiros clamando por um país melhor, e não eleitores militantes querendo expulsar a presidente do poder. E ainda que tenham sido visualizados cartazes que pediam intervenção militar, as manifestações em favor da ditadura foram insignificantes perto do todo.

Mas nas redes sociais o que aconteceu? Pra variar, fotos manipuladas por alguns petistas fanáticos que simplesmente não entendem que os protestos não são contra partido nenhum, nem de direita contra esquerda, nem de ricos contra pobres, embora seja uma prática do PT, colocar pobres contra ricos. Sim, como se pobres não precisassem dos ricos e vice-versa. E como se ricos não pudessem protestar por ter que pagar os impostos mais altos do planeta e não pudessem estudar, trabalhar, crescer na vida. Parece que, de propósito, alimentam ódio entre as classes e as raças. Chega a ser assustador, embora muitos nem percebam.

Então tudo isso nas redes sociais vira uma discussão sem fim, ânimos ficam acirrados, perde-se a razão e o respeito, vira uma verdadeira guerra virtual. O que é lamentável.

Mas voltando à questão dos protestos, é preciso que a presidente Dilma e o PT realmente ouçam o clamor das ruas, e mostrem que estão realmente empenhados em combater a corrupção e a impunidade de todos os envolvidos na roubalheira. O conhecido discurso de que antes não se investigava não justifica a monstruosidade dos números sobre o assalto à Petrobras. O povo acredita que quem comanda o país tem a obrigação de não deixar seus aliados roubarem. E Dilma, que foi ministra antes de ser presidente, não conseguiu evitar a mácula à Petrobras.

E não adianta os petistas dizerem que outros fizeram pior ou apontarem o dedo para o PP, mostrando que é o partido com mais políticos sob investigação. O PP só ganhou ministérios e cargos nas estatais porque é parceiro do governo de coalizão. E a lista dos investigados tem gente graúda do PT e do PMDB também. Inclusive nas redes sociais vi uns postando: “ah, agora quero ver se essa gente que votou nos deputados do PP apontados no escândalo da Petrobras vão protestar nas ruas dia 15”. Ora, quando as pessoas confiam em políticos para representa-los e são supostamente traídos, então devem ser os primeiros a protestar, pois têm todo e o maior direito a isso. Afinal, não é porque seu partido ou seu candidato é corrupto que você vai ficar quietinho porque ele fez muito por você, sua cidade, estado ou país. É por pensamentos assim que o Brasil está do jeito que está. O próprio povo se corrompe todos os dias. Isso é fato.

Mas é isso, vamos agora ficar no aguardo do pacote anticorrupção que o governo anunciou logo após as manifestações para os próximos dias e o empenho para aprovar a reforma política. E mais do que nunca: que o governo saiba que o povo brasileiro continua vigilante, atento, esperando dias melhores para a Pátria Verde e Amarela!