Zizi Machado

O tempo que pesa no corpo e na alma
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Olá Prezados Leitores!

Por algumas semanas estive ausente deste espaço mas, por incrível que pareça, por várias ocasiões me “ensaiei” para escrever e, quando ia começar, alguma coisa acontecia ou surgia, e eu não conseguia trazer minha colaboração semanal a este portal. Resumindo, faltava tempo. E mais, toda a vez que eu parei para tentar escrever, eu acabava colando o dedo no backspace do teclado, sempre com uma ideia diferente, diante de tantos fatos ocorridos ultimamente em nosso município e região, e que poderiam ser citados aqui.

Porém, essa situação chamada falta de tempo tem me levado constantemente à reflexão e não é de hoje. E longe de ser este texto uma justificativa pessoal, resolvi trazer o tema à tona nesta coluna pela sua importância, e pelas inúmeras vezes que vi e ouvi pessoas se justificando entre si por não terem se visitado, combinado aquele mate, ou aquela jantinha da turma. Com certeza você, leitor, já se identificou com essa situação, não é mesmo?

Mas o fato é que, ao passo em que deixamos um pouco de lado a convivência com nossos amigos e familiares em prol do trabalho e de outras atividades, um vazio interior também começa a se desenhar, pois a rotina muitas vezes nos suga, nos tira as forças. Já ouvi, inclusive, algumas pessoas dizerem que “falta de tempo é bobagem, o que tem é falta de interesse”. Eu particularmente não concordo com tal afirmação, pois quem trabalha com horários determinados, constantemente bitolado pelo relógio, não consegue planejar sua rotina da forma que bem entendem. Entretanto, sentem-se culpadas quando cobradas suas ausências, até porque também gostariam de ser mais presentes, mas não conseguem.

Por outro lado, cada vez mais, percebo a necessidade das pessoas se relacionarem, conviverem mais, pois parece que essa rotina diária tem feito com que as pessoas, pouco a pouco, estejam se fechando para o mundo, para a vida, pois, depois de um dia cansativo, tudo o que querem é chegar em suas casas, tomarem aquele banho e recolherem-se para o descanso. Não raro vimos, também, pessoas da mesma família que moram longe por motivos de trabalho, etc., reencontrarem-se nas piores situações, como o velório de um parente, por exemplo.

Então quando paro para pensar nessa questão, me pergunto: vale a pena levar a vida tão a sério assim, de forma tão mecânica? Quanto vale a nossa paz de espírito, a nossa qualidade de vida? Quanto tempo ainda tenho, na presente existência, para estar ao lado das pessoas que amo e que me fazem bem? Por que não paramos, de vez em quando, para nos darmos o direito de sermos felizes, como de fato somos quando vivenciamos as coisas mais simples da vida?

Assim deixo no ar essas questões para você, leitor, refletir e quem sabe, repensar suas prioridades na vida. Se tiver tempo, claro!

 

Zizi Machado é graduada em Comunicação Social / Jornalismo pelo Centro Universitário Franciscano, e pós-graduada em Comunicação e Projetos de Mídia pela mesma instituição. Trabalha como jornalista, apresentadora/locutora e repórter na Rádio Fundação Cotrisel de São Sepé – RS.