Zizi Machado

Imparcialidade: é mesmo possível?
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Olá Prezados Leitores!

Na semana passada, quando escrevi minha primeira coluna para este Portal de Notícias, fiz um breve comentário com relação à ética e à imparcialidade por parte dos veículos de comunicação, assim como sinalizei ampliar o assunto posteriormente. Se trata de duas questões que andam juntas, pelo menos quando se trata de jornalismo. Mas que também estão presentes no dia-a-dia de todos nós, cidadãos.

Pois bem, fiquei bastante feliz com os primeiros comentários da primeira edição desta coluna – o que agradeço desde já, e, me chamou a atenção, o fato de um dos leitores destacar a questão imparcialidade, que referi já de início neste Portal. Confesso que gostei da alusão que ele fez, por isso, aproveitando o gancho, hoje escolhi referir-me especialmente a este assunto.

Seria importante destacar primeiro que, a imparcialidade jornalística, como a própria expressão sugere, deve existir quando se trata de informar algo, seja pela notícia, pela entrevista, pela investigação dos fatos, etc.. Mas quando se trata de opinião, ser imparcial já se torna impossível, para não dizer ilógico.

Daí me coloco nas duas situações e me sinto ainda mais “encrencada”, eu diria, já que trabalho com jornalismo e agora, aqui neste espaço, com opinião pessoal. Porém, é totalmente compreensível que as pessoas não consigam separar a jornalista da cidadã, daí volto no que expus lá na coluna da semana passada, sobre fazer jornalismo numa comunidade onde todos se conhecem e, de certa forma, convivem. E chega a ser engraçado, porque nem no facebook, onde tenho um perfil totalmente pessoal, consigo expor certas opiniões sem ser cobrada quanto à “imparcialidade jornalística”. Mas é assim mesmo, qualquer profissão tem seus gravames, e, na minha, essa situação é um deles. Como diz o ditado: “todo bônus tem seu ônus!”.

Acredito que ninguém escolhe ser jornalista por acaso; quem opta estudar comunicação social é alguém que se preocupa (em demasia, talvez) com as vicissitudes do mundo, que se incomoda com o que está errado em sua comunidade, seu estado, seu país, enfim, geralmente é alguém que quer fazer a diferença no ambiente que vive, no sentido de colaborar. Para os mais empolgados, eu diria que é uma vontade de “mudar o mundo”.

Então seria importante as pessoas entenderem que, antes de sermos profissionais, somos humanos, com aflições, expectativas, decepções, anseios, e por aí vai.

Por outro lado, fico feliz em saber que as pessoas se preocupam com o assunto, afinal, imparcialidade é algo presente na vida de todos, embora eu acabe focando na questão jornalística, onde o tema é ainda mais latente.

Talvez vocês, caros leitores, concordem comigo e, se olharem para o lado, verão que vivenciam praticamente a mesma situação. Cito como exemplo uma circunstância muito comum dentro de casa, que é quando irmãos resolvem discutir, geralmente por coisas corriqueiras. Eu pergunto se vocês, pais, conseguem resolver o atrito de forma imparcial? Se a resposta for sim, ótimo. Mas é bem possível que grande parte, não consiga. E por uma razão muito simples, cada ser é único, com personalidades, ideias e opiniões diferentes. E ainda que os pais amem igualmente seus filhos, é fato que a forma de agir com cada um é diferente, e acredito que deve ser assim mesmo, pelos mesmos motivos que citei antes, logo, a questão imparcialidade fica à mercê dos questionamentos.

E para não me alongar, deixo aqui poucos exemplos, porém bem práticos, do tema imparcialidade, e convido-os a uma reflexão a respeito, para que possam entender algo que apesar de parecer tão simples, esconde uma considerável complexidade. Um fraterno abraço a todos!

 

Zizi Machado é graduada em Comunicação Social / Jornalismo pelo Centro Universitário Franciscano, e pós-graduada em Comunicação e Projetos de Mídia pela mesma instituição. Trabalha como jornalista, apresentadora/locutora e repórter na Rádio Fundação Cotrisel de São Sepé – RS.