Zizi Machado

A grandeza de ser um eterno aprendiz
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Olá prezados leitores!

Nossa vida é mesmo cheia de surpresas, tanto boas quanto ruins, mas que, igualmente, nos trazem grandes aprendizados. Hoje quero falar de coisas boas, de experiências novas, fazendo um relato de algo novo que estou vivenciando e que, certamente, muitos de vocês irão se identificar.

No início deste mês comecei a ministrar o módulo de Linguagem e Comunicação no Programa Aprendiz Cooperativo que, aqui em São Sepé, está sendo realizado pela Cotrisel. Fiquei surpresa com o convite, e, ao mesmo tempo, agradecida pela oportunidade de um novo desafio pessoal e profissional; sim, porque ainda que a comunicação seja uma rotina em minha vida, ministrar um curso com assunto específico, para um público específico é bastante provocativo, ainda mais quando se trata de uma turma de jovens aprendizes, cheios de expectativas com relação ao mundo.

Mas tal foi a receptividade que tive na primeira aula, a ponto de me sentir tão à vontade que nem percebi a tarde passar; foi uma das coisas mais bacanas e gratificantes que já vivi e que, felizmente, continuarei vivendo em 2015, quando estarei ministrando a segunda turma. Conversar com pessoas tão jovens e, ao mesmo tempo, tão maduras, me fez viajar para outro mundo, com perspectivas diferentes desse em que vivemos. Nossa! É tão bom perceber que temos uma geração que se preocupa com o mundo, com as pessoas; é uma injeção de ânimo diante da malandragem e do mau-caratismo que vem assolando nosso país.

Porém, gostaria de destacar o papel da família nesse contexto. Não tenho dúvidas que todos aqueles aprendizes têm pais ou responsáveis que realmente se preocupam com o futuro que estão construindo, assim como é o caso de tantos jovens que conhecemos e admiramos. Sim, porque hoje é muito comum vermos pais transferindo à escola e aos educadores, a responsabilidade sobre seus filhos; mas ai do professor que experimente punir um aluno por indisciplina. O pai ou a mãe vai lá na escola tirar satisfações com o professor ou diretor, sem contar os diversos casos de ameaça que acontecem. É uma inversão de valores sem tamanho.

Muitos pais ainda precisam aprender a serem pais no sentido pleno da palavra; não que exista fórmula mágica para que as pessoas criem seus filhos, mas acho que quando Deus proporciona à humanidade a oportunidade de serem pais, Ele também a incumbe à responsabilidade de educar, ensinar bons valores, numa tentativa, quase sempre exitosa, de formar cidadãos de bem. E educá-los, impondo os limites necessários, ensinando-os que a liberdade de um termina quando começa a do outro, já é um começo.

Uma das coisas que me chamou a atenção, no caso do Aprendiz Cooperativo, foi o fato de ver vários jovens buscando os mesmos objetivos, independentemente da realidade de cada um. Todos eles, à sua maneira, têm um foco, uma ideia, uma visão de mundo particular; mas, ao mesmo tempo, sabem respeitar e conviver com as diferenças e as necessidades de cada um; são inteligentes, criativos e ousados; eles têm muito a aprender, mas muito a nos ensinar, também. Aliás, todos nós aprendemos todos os dias com a vida; não existe quem saiba tudo de tudo. Somos seres ainda muito inferiores moral e intelectualmente, mas, ao mesmo tempo, ávidos por aprender; e o fato de termos essa boa vontade e disponibilidade, nos torna mais nobres e virtuosos.

Nesse contexto, para alinhavar meu pensamento, intertextualizo os versos do Mestre Gonzaguinha, dizendo que cada um de nós tem, não apenas a beleza, mas também, a grandeza de ser um eterno aprendiz. Basta que queiramos. Um fraterno abraço à todos!

 

Zizi Machado é graduada em Comunicação Social / Jornalismo pelo Centro Universitário Franciscano, e pós-graduada em Comunicação e Projetos de Mídia pela mesma instituição. Trabalha como jornalista, apresentadora/locutora e repórter na Rádio Fundação Cotrisel de São Sepé – RS.