“Veio da água”, diz ministro da Saúde sobre origem do surto de toxoplasmose

0
55


 

Três dias depois de representantes do governo federal, da Secretaria Estadual de Saúde e da prefeitura de Santa Maria apontarem, em entrevista coletiva, que a origem do surto de toxoplasmose no município ainda não havia sido identificada, o ministro da Saúde, Gilberto Occhi, confirmou a causa da infecção. Segundo ele, a equipe da Vigilância em Saúde do ministério que esteve no Rio Grande do Sul garantiu que se trata da contaminação da água.

“Veio da água. Isso foi confirmado por técnicos do próprio ministério que estiveram no Rio Grande do Sul”, disse Occhi em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade da Rádio Gaúcha nesta quinta-feira, 21.

Embora não tenha deixado claro onde houve a contaminação — nos sistemas operados pela Corsan, nos poços artesianos ou até mesmo no lençol freático —, ele garantiu que todos os esforços da pasta, agora, são para descobrir como essa água foi infectada.

“A origem foi descoberta. Agora, estamos fazendo outro tipo de pesquisa para que possamos identificar como isso chegou na água que abastece Santa Maria. Estamos trabalhando para ver o que pode ter acontecido”.

Além do trabalho para identificar como a água foi contaminada, Occhi também afirmou que o ministério tem dado todo o suporte para o município atender os pacientes:

“Estamos encaminhando medicamentos para que essas pessoas possam ter uma atenção”.

Na segunda-feira, 18, durante a apresentação do último boletim da doença no município, Renato Alves, coordenador de Doenças Transmissíveis do ministério, afirmou que o trabalho dos técnicos do governo federal havia sido concluído, mas que ainda era preciso cruzar informações para identificar a fonte da propagação da doença.

“As investigações de surto de toxoplasmose, de maneira geral, são bastante complexas e demandam muito tempo. É preciso identificar casos, se aconteceram em um mesmo período de tempo. Esse talvez seja o maior desafio. A partir disso, é feita uma investigação de campo, com aplicação de questionários, coletas de dados. O momento em que estamos agora é da análise preliminar desses dados, só descritiva. Ainda não se verificou se existe alguma associação entre os fatores de consumo das pessoas e a doença. A partir de agora, faremos uma análise estatística desses dados para ver se apontam em alguma direção de uma possível fonte de infecção”, disse em entrevista coletiva que também contou com a presença de representantes dos governos estadual e municipal.

As autoridades encaminharam, nos dias 5 e 6 de junho, mais sete amostras de água para o Laboratório Central de Saúde Pública do Rio Grande do Sul (Lacen) para primeira análise. Depois, elas iriam para a Universidade Estadual de Londrina (UEL), no Paraná. Quatro amostras são de açudes, duas de poços artesianos, e uma de uma vertente de água. Também foram colhidas amostras de lodo dos reservatórios de água e mais duas coletas de reservatórios em locais com casos confirmados. Os resultados devem sair em até 15 dias.

Um primeiro lote de amostras, coletadas na Estação de Tratamento (ETA) da Corsan e em residências na cidade e também analisado pela UEL, no início de maio, tiveram resultado negativo quanto à presença do DNA de Toxoplasma gondii, agente causador da toxoplasmose.

 

 

Fonte: GaúchaZH