O rádio de galena é um dos receptores mais simples de modulação AM que se podia construir, sendo que se assemelhava a um rádio comum, sem caixa protetora, sem dial e alto falante e sua estrutura era rudimentar sendo facilmente visualizado.

Para a construção de uma galena eram utilizadas as propriedades semicondutoras do mineral galena, basicamente, são necessários uma base de madeira medindo 25×25 cm: uma resistência;  um cristal de galena; um fone de ouvido; um eixo de sintonia e outros itens.

O nosso amigo, Edgar Ilha (Schneider), certa feita, construiu um desses receptores, que sintonizava várias rádios, especialmente as locais, e as de maiores potências, sendo ouvidas diretamente através dos fones de ouvido.

Outro amigo nosso, o Sr. Vilnei Melo, exímio inventor e, alicerçado de conhecimentos práticos, adquiridos quando era funcionário da firma Mernak de Cachoeira do Sul, mandou fundir a base de uma galena em grandes proporções que pesava aproximadamente 50 kg, sendo que os retoques finais foram efetuados na ferraria do Urbano Harbestadt, sendo adaptado na mesma, um alto falante.

De posse desse instrumental e devido ao peso da “geringonça”, convocou o Bernardino Figueira, para ajudá-lo no transporte feito em um carrinho de mão que circulou ao redor da Praça das Mercês, assessorados pelos irmãos Pufa e Perereca, que portavam duas taquaras ligadas com fio especial de antena, muito conhecido na época e utilizado nas residências onde existiam rádios.

Tivemos conhecimento do final trágico desse aparato que foi parar no ferro velho do Graciliano.