“Sou totalmente contra o aborto”, diz Padre Gerson Gonçalves

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A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu na última terça-feira, 29, descriminalizar o aborto no primeiro trimestre da gravidez. Seguindo voto do ministro Luís Roberto Barroso, o colegiado entendeu que são inconstitucionais os artigos do Código Penal que criminalizam o aborto. O entendimento, no entanto, vale apenas para um caso concreto julgado pelo grupo nesta terça-feira.

A decisão da Turma foi tomada com base no voto do ministro Luís Roberto Barroso. Para o ministro, a criminalização do aborto nos três primeiros meses da gestação viola os direitos sexuais e reprodutivos da mulher, o direito à autonomia de fazer suas escolhas e o direito à integridade física e psíquica.

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Foto: Zoom Produções

O tema gerou grande repercussão nas redes sociais, de pessoas contra e outras a favor da decisão. O Padre Gerson Gonçalves, da Paróquia Nossa Senhora das Mercês, expôs sua opinião dizendo que é um mero defensor da vida. “Sou totalmente contra o aborto. O problema é o efeito cascata. Hoje são três meses, depois vai aumentando. Só Deus dá a vida. A nossa vida é um presente. Em qualquer instância precisamos defender a vida”, relata. Segundo o pároco local, “dizer sim ao aborto é dizer sim ao assassinato, a pena de morte”.

 

O que diz o STF?

No voto, o ministro Barroso ressaltou que a criminalização do aborto não é aplicada em países democráticos e desenvolvidos, como os Estados Unidos, Alemanha, França, Reino Unido e Holanda, entre outros.

“Em verdade, a criminalização confere uma proteção deficiente aos direitos sexuais e reprodutivos, à autonomia, à integridade psíquica e física, e à saúde da mulher, com reflexos sobre a igualdade de gênero e impacto desproporcional sobre as mulheres mais pobres. Além disso, criminalizar a mulher que deseja abortar gera custos sociais e para o sistema de saúde, que decorrem da necessidade de a mulher se submeter a procedimentos inseguros, com aumento da morbidade e da letalidade”, decidiu Barroso.

Apesar de admitir a descriminalização do aborto nos três primeiros meses, Barroso entendeu que a criminalização do procedimento pode ser aplicada a partir dos meses seguintes.

“A interrupção voluntária da gestação não deve ser criminalizada, pelo menos, durante o primeiro trimestre da gestação. Durante esse período, o córtex cerebral – que permite que o feto desenvolva sentimentos e racionalidade – ainda não foi formado, nem há qualquer potencialidade de vida fora do útero materno. Por tudo isso, é preciso conferir interpretação conforme a Constituição aos Artigos 124 e 126 do Código Penal, para excluir do seu âmbito de incidência a interrupção voluntária da gestação efetivada no primeiro trimestre”, disse Barroso.

 

 

* O Sepeense, com informações da Agência Brasil

 

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