Sem dinheiro, hospital de Restinga Sêca faz vaquinha para trocar equipamento defasado

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Fotos: reprodução/RBS TV


 

Fotos: reprodução/RBS TV

O atraso em repasses para a saúde levou o Hospital São Francisco, em Restinga Sêca a promover uma vaquinha para trocar o equipamento de raio-x, que, de tão defasado, chega a ter o uso proibido. Doações podem ser feitas neste endereço clicando aqui.

A instituição atende cerca de 500 pacientes por mês. O aparelho de radiografia usado lá é tão antigo que a imagem nem sempre aparece no resultado, e o paciente tem que repetir o exame.

“Ocasionando uma radiação de novo nesse paciente, desnecessária, por algum regime, que é o contraste da claridade, do escuro com o claro”, explica a técnica em radiologia Gabriela Cervo de Fraga.

Para revelar os exames, são usados componentes químicos proibidos pela segurança do trabalho e pela Vigilância Sanitária. Por isso, o hospital já foi multado cinco vezes – na última, em quase R$ 20 mil.

A vaquinha organizada pela instituição pretende arrecadar R$ 100 mil – R$ 90 mil para comprar uma central digital que emitirá os resultados por um computador.

“Esses R$ 10 mil restantes, que seriam o valor da vaquinha de R$ 100 mil, seriam para cobrir as adaptações da sala que precisariam ser feitas para a colocação desse equipamento”, explica o provedor do Hospital São Francisco, José Luiz Cavalheiro.

Mas mesmo que a iniciativa tenha sucesso, não resolverá todos os problemas da instituição. Os 60 leitos precisam de reformas – que custariam R$ 900 mil.

As portas dos banheiros são muito estreitas, o que impede a passagem de cadeiras de rodas, as paredes têm infiltração de umidade e a Vigilância em Saúde exige que o piso e os móveis sejam trocados por materiais laváveis.

 

Outra exigência do órgão é a troca de revestimento das paredes de azulejo, que custaria mais de R$ 1 milhão. Além disso, seriam necessários R$ 300 mil para reformas no bloco cirúrgico, que está abandonado há 15 anos.

Segundo a direção, os repasses do SUS de R$ 35 mil por mês estão atrasados desde janeiro. A Prefeitura de Restinga Seca assumiu os custos do hospital, que continua funcionando porque é o único da cidade que atende pelo SUS.

“Muita gente não tem condições de pagar. Então aqui, eles vêm pra cá. Para nós, aqui o atendimento é muito bom”, diz o aposentado Pedro Silva.

A Secretaria Estadual de Saúde afirma que repassa os R$ 35 mil para o Fundo Municipal de Saúde.

 

 

Fonte: G1 RS