Professores vão à Câmara de São Sepé reivindicar seus direitos

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Dezenas de professores foram até o plenário da Câmara de Vereadores de São Sepé no início da noite desta terça-feira, 14, para reivindicar seus direitos. Os educadores são contra o plano de reestruturação do magistério público municipal proposto pela Prefeitura.

A Tribuna Livre foi ocupada pela presidente do Sindicato dos Professores Municipais de São Sepé (Sipromuss), Rozangela Freitas Figueira Aires, e pela professora aposentada, Elenice Seixas Alves. Em suas falas, ambas defenderam a valorização do professor e nenhum direito a menos.

Segundo a presidente do Sipromuss, os professores enfrentam inúmeros desafios no dia a dia e o papel no processo de aprendizagem para construção de uma sociedade com educação é além o de ser professor. “Somos muitas vezes psicólogos, pais, avós e tios dentro da escola. A conta da situação financeira que o município atravessa hoje não pode ser paga somente pelo professor”, defendeu.

Alguns vereadores se manifestaram contrários à proposta de reestruturação do plano de carreira do magistério municipal e adiantaram que irão votar contra caso o projeto ingresse na Câmara Municipal. Foi o caso do vereador Tavinho Gazen (PDT), que citou a luta de Leonel Brizola em defesa da educação e a conquista de direitos ao longo dos anos pela classe. “Não contem com o vereador Tavinho Gazen para retirar qualquer direito ou um centavo que seja do bolso dos nossos professores”, comentou.

Sem citar se votará contra ou a favor do projeto, o vereador Gilvane Moreira (PP) disse que quer ouvir a classe e debater junto com os professores a melhor solução para a categoria. Ele defendeu um diálogo aberto com o magistério municipal e um estudo aprofundado do plano.

A vereadora Zilca Camargo (PDT), que é professora aposentada, parabenizou os professores pela luta em defesa de seus direitos e disse que votará contra, caso o projeto entre em pauta no Legislativo Municipal.

O vereador Renato Rosso (PP), que também é funcionário público, falou que votará contra a proposta de reestruturação do plano caso sejam retirados valores da categoria. Ele acredita que podem haver outros mecanismos para se buscar o equilíbrio financeiro no município, como a revisão do percentual do Regime Próprio de Previdência Social (RPPS), hoje defendido e trabalhado pelo prefeito Léo Girardello (PP), e o ISSQN dos cartões de crédito. “Se vier algum projeto pra cá tirando algum centavo dos professores eu não votarei a favor”, salienta.

Durante a fala de Renato Rosso houve falta de energia elétrica e a sessão foi suspensa por volta das 18h40min pelo presidente Janir Machado em razão de não haver previsão para o retorno da luz.

Os professores pretendem fazer uma mobilização no próximo domingo, 19, na Praça das Mercês, contra a proposta de alteração do plano de carreira.

 

O plano

Um perito licitado pela Prefeitura de São Sepé apresentou recentemente um estudo baseado nas condições econômicas do município, sugerindo alterações na modalidade com a criação da chamada “parcela destacada”. A justificativa seria reduzir o impacto financeiro nos cofres municipais a partir da adequação ao Piso Nacional do Magistério.

 

O que a prefeitura diz

A Prefeitura de São Sepé diz que o impacto na folha após as decisões judiciais que concedem o pagamento do Piso Nacional não será sustentável a médio e longo prazo. Os professores, no entanto, salientaram que apesar das dificuldades não podem perder direitos.