Valdiocir Bolzan

Os primeiros automóveis que apareceram em São Sepé

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Olá, amigos! Agradeço o convite feito para ser colunista no Portal de Notícias “O SEPEENSE”. A partir de agora vou contar um pouco da história de São Sepé. Hoje começo falando sobre os primeiros automóveis que apareceram em São Sepé. Confira:

Os primeiros automóveis que apareceram em nossa terra constituiu um espetáculo verdadeiramente encantador para os moradores da Vila, naquela época. Foi no ano de 1916.

Já era um pano para o progresso. Esse grande acontecimento foi proporcionado pelo Sr. Camerino Correa (avô de Rogério Vargas). Ouvia-se falar que carros já estavam circulando em todos os países da Europa e até no Rio Grande do Sul, em diversas localidades.

Entretanto, na pobre São Sepé que sempre viveu no esquecimento, esse “encantador” carro ainda não era conhecido, mesmo porque, ninguém se atrevia a vir aqui numa condução dessas, devido às péssimas condições das nossas estradas naquela época.

Os moradores locais diziam: “um carro caminhar sem cavalos, isso nunca vamos ver”.

Um dia, sem que ninguém esperasse, a população foi despertada por um ruído estranho, um barulho infernal que se fazia ouvir lá dos lados do poente, muito ao longe na entrada da Vila. Eram dois automóveis que chegavam, entrando pela Rua 7 de Setembro, conduzidos por dois profissionais desconhecidos, cujos carros, momentos depois, fomos saber que pertenciam a um sepeense que era o Sr. Camerino Correa que anteriormente nos referimos.

Eles pararam no fim da Rua 7 de Setembro, em determinado ponto a fim de descancarem um pouco. Estavam muito fatigados, pois percorreram léguas em estradas bem acidentadas que eram essas de São Gabriel a São Sepé. Foi daquela cidade o ponto de partida. Assim que eles desceram dos automóveis, começou afluir para ali, gente de todos os lados. Era incalculável o número de pessoas que se reuniram em roda dos carros. Os condutores dos veículos resolveram mudar de lugar para se verem livres daqueles curiosos.

Quando se prepararam para marchar, todos corriam para um e outro lado, com receio de serem desastrados. Outros corriam para dentro das casas e, achando que ainda não estavam seguros, cerraram as portas e apreciaram tudo pelas janelas.

Os velhos trôpegos apoiados em seus cajados, recostaram-se para frente dos muros e ali ficaram até que o perigo passasse. Um deles se dirigindo a um companheiro disse: “Quem haverá de “dizê” que eu, nesta idade ainda havia de “vê” um carro caminhando só tocado por fogo”.

No dia seguinte lá se foram aqueles homens pela mesma estrada que chegaram em direção a cidade de São Gabriel, de onde partiram. O Sr. Camerino Correa naquela época proporcionou grande aventura e, por seu grande espírito de iniciativa, foi eleito várias vezes Prefeito Municipal na sua terra natal, sendo que em suas administrações muito fez pela sua querida São Sepé.

Segundo informações de Rogério Vargas, possivelmente o motorista que acompanhou o Sr. Camerino Correa era o seu irmão, Antônio Correa (Dico).