O papel do jornalista na era digital – Pedro Corrêa

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O que move o mundo? Essa pergunta com certeza não é fácil de ser respondida. Mas um dos pilares que impulsiona as mudanças, evoluções e quebra de paradigmas, é, sem dúvidas, a informação.

O mundo muda constantemente, o que valia ontem, não vale mais hoje, ou vale de outra maneira. O rádio é um exemplo clássico disso. Nos anos 1930, 1940, era o principal difusor da informação. Era por meio dele que as pessoas tinham acesso de maneira mais rápida, clara e resumida dos fatos. Considerado a mídia mais democrática, pelo fato de que não era necessário saber ler para consumi-lo, o rádio ganhou um espaço gigantesco na emissão de informações.

Depois, na década de 1950, a TV ganhou um destaque importantíssimo. Na época, houve quem acreditasse que o rádio não sobreviveria a essa mudança.

Surpreendendo a todos e mostrando que, quando se trata de meio de comunicação não há receitas prontas, o rádio não só sobreviveu, como se adapta a tudo e hoje está vivo na Internet, remodelado, jovem, atraente, mas com a mesma magia, elegância e charme do passado.

A TV, por sua vez, não fica para trás, vem se remodelando ano após anos, com aplicativos, conteúdos multimídias e usando e abusando das plataformas digitais. Quem diria que a TV caberia na palma da mão? Ou que o rádio seria visto ao vivo e a cores?

Essas mudanças sociais foram significativas. Elas fizeram surgir novas profissões, inovaram outras e aperfeiçoaram o jeito de informar.

Mas uma coisa não mudou: a necessidade do ser humano em saber o que está acontecendo. Embora hoje todos possam ser emissores de informação, ou coprodutores da notícia, é preciso passar informações de maneira segura, clara, verdadeira, objetiva e ética. O papel do jornalista nunca esteve tão em xeque. A difusão da informação ocorre de maneira veloz. Boatos ganham notoriedade, espaço e força. Desmentir uma fake news demora mais tempo que a disseminação de uma mentira no ciberespaço.

A velocidade frenética do mundo, aliada à necessidade absurda de saber o que está acontecendo, quando está acontecendo, faz com que o jornalismo seja dinâmico. O repórter precisa não só apurar, redigir e publicar. Ele precisa estar atento nas entrelinhas da web, isto é, como usar cada rede social, como explorar cada ferramenta e, principalmente, como postar conteúdos que chamem atenção, gerem engajamento e sejam inéditos.

De que adianta um usar um infográfico bonito, se o texto é prolixo e não se encaixa com o espaço que a imagem ocupa na rede social? Qual o papel de um link? O que faz o leitor arrastar para cima um story no Instagram? É possível ter acesso ao site sem postar a notícia nas redes sociais? Como fazer o leitor ficar no site? Todas essas perguntas não são fáceis de serem respondidas. Os métodos que usamos hoje para responder na prática todas essas questões, não podem ser aplicados amanhã. Não é receita pronta. São testes! São múltiplas fases e fatores que constroem o cenário social digital e o jornalista precisa estar atualizado sobre todos eles.

Na era da informação com menos texto e mais imagens, ganha quem é criativo. Pequenos vídeos, tutoriais, infográficos, jogos e quiz fazem a diferença para que o leitor entenda e se interesse sobre determinado assunto. Tudo isso é pensado e estudado minuciosamente por uma equipe, com diversos profissionais, que juntos constroem didaticamente os assuntos que você consome. Ufa, quanto trabalho, não é mesmo?

Agora que você entendeu resumidamente o papel dos comunicadores e dos demais profissionais que estão por trás de cada conteúdo que você consome, que tal checar melhor as notícias antes de compartilhar?

Todos os profissionais e testes citados, são para que a informação correta chegue até você de uma maneira fácil de ser entendida. Todos eles trabalham exaustivamente, estudam e buscam levar até você um conteúdo sério, verdadeiro e limpo. Portanto, evite compartilhar notícias de portais que você não conhece, pesquise antes de postar informações, de um Google para saber o que é verdade ou mentira. Não deixe todo esse minucioso trabalho de informar seja destruído por mentiras. Em tempos de notícias falsas, quem tem verdade vale infinitos likes!

 

 

Pedro Corrêa

Jornalista e Especialista em Mídias Sociais e Digitais pelo Centro Universitário Franciscano