Moinhos de Vento realiza cirurgia robótica com transmissão ao vivo para plateia de médicos

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Fotos: Leonardo Lenskij


 

Fotos: Leonardo Lenskij

Uma prostatectomia radical (retirada da próstata) em um paciente com câncer utilizando o robô Da Vinci marcou uma nova etapa da cirurgia robótica no Hospital Moinhos de Vento. No comando do equipamento, o médico André Berger realizou o procedimento na terça-feira, 13. Cerca de 200 médicos de diferentes especialidades, reunidos no Anfiteatro Schwester Hilda Sturm, na instituição, acompanharam ao vivo.

Brasileiro radicado há mais de 10 anos nos Estados Unidos e professor na University of Southern California (USC), Berger explicou cada movimento realizado no procedimento. Ao lado dele no bloco cirúrgico estavam os médicos Eduardo Carvalhal e Milton Berger, especialistas do Serviço de Urologia do Hospital Moinhos de Vento.

“A técnica robótica faz a cirurgia igual à aberta, porém com incisões menores. Com a vantagem em relação à cirurgia laparoscópica pela precisão dos movimentos e qualidade da performance. Um dos benefícios dessa técnica minimamente invasiva é que gera menos chances de sangramento e, por consequência, da necessidade de transfusão sanguínea. Além disso, a recuperação do paciente é mais rápida. Há casos de pacientes que recebem alta no mesmo dia”, afirma André Berger, um dos pioneiros da cirurgia robótica no Brasil, tendo realizado cerca de 2 mil operações.

Especialidades como coloproctologia, ginecologia, otorrino, cirurgia do aparelho digestivo, torácica e geral em breve também terão procedimentos robóticos no Hospital. Segundo André Berger, o Da Vinci permite movimentos mais amplos, necessários em intervenções complexas.

“A mão do cirurgião continua sendo fundamental, pois o robô não opera sozinho. A experiência do profissional é essencial para alcançar os melhores desfechos clínicos no paciente”, disse Artur Seabra, coordenador do programa de cirurgia robótica no Hospital Moinhos de Vento e chefe do Serviço de Cirurgia Geral da instituição.

Enquanto aguardava o início da cirurgia, Seabra fez uma apresentação para os médicos no Anfiteatro mostrando as vantagens da nova técnica em diferentes tipos de procedimentos. Outra vantagem destacada é a ergonomia: o cirurgião, em vez de ficar em pé, fica confortavelmente sentado operando os comandos do robô, o que diminui o cansaço e aumenta a concentração.

 

Pioneirismo e tecnologia

Antes do procedimento, o superintendente-executivo do Hospital Moinhos de Vento, Mohamed Parrini, destacou que a cirurgia robótica faz parte do planejamento da instituição de sempre incorporar tecnologia de ponta.

“Estamos de olho em tudo o que está redefinindo os padrões do setor no mundo porque queremos consolidar a nossa marca de melhor hospital em qualidade médico-assistencial do Brasil. O Moinhos se orgulha de ser, novamente, pioneiro entre as instituições privadas aqui do Estado neste processo disruptivo e transformador”, declarou Mohamed.

Para o superintendente, a inovação tecnológica e de processos aproxima ainda mais o Hospital da missão de cuidar de vidas:

“Fazemos isso com carinho e respeito a cada ser humano. Não há máquina que substitua o que só vocês, profissionais da área da saúde, podem dar aos nossos pacientes: a esperança.”

O superintendente médico do Hospital Moinhos de Vento, Luiz Antonio Nasi, disse que a técnica robótica marca uma nova era na medicina:

“Passamos a ser um diferencial, um polo de referência nessa técnica, que, em breve, abrangerá outras especialidades aqui no Moinhos.”

A estimativa da instituição é realizar anualmente entre 80 e 100 procedimentos utilizando o robô Da Vinci.

 

Da Vinci

Produzido pela empresa Intuitive Surgical, o robô Da Vinci é composto por três partes principais, com braços de trabalho e uma torre de vídeo com controles para as mãos e pedais. O cirurgião manuseia o console enquanto um auxiliar fica responsável pela troca de instrumentos, como pinças cirúrgicas.

A imagem da área da cirurgia vem de dois sistemas ópticos de alta qualidade, em três dimensões. Os detalhes dos tecidos podem ser ampliados digitalmente, sem perda de definição e de espaço de trabalho para o cirurgião. A tecnologia proporciona segurança em cada etapa da dissecção, ressecção e sutura dos tecidos. As pinças permitem liberdade de movimentos de 360° (ou até 720°, dependendo de configuração), muito mais amplos e precisos do que os realizados pela mão humana.

 

Benefícios da cirurgia robótica para o paciente

Menos tempo no bloco cirúrgico e de internação

Cortes menores e menor sangramento

Redução de possíveis complicações pós-cirúrgicas

Recuperação mais rápida

Alto nível de segurança e precisão no procedimento