Um fenômeno que tem se disseminado pelas cidades do Brasil – em especial no Paraná – também já começa a ganhar forma em São Sepé. Depois de municípios como Santo Antônio da Platina, no norte do PR, uma onda de questionamentos aos vencimentos dos edis tem se alastrado pelas redes sociais. Agora, foi a vez de membros da comunidade sepeense iniciarem uma campanha para que os vereadores reduzam o salário, atualmente fixado em cerca de R$ 4.490,00 (sem os descontos) de acordo com o Portal de Transparência do Legislativo.
O movimento tem como uma das líderes a conselheira tutelar, Vânia Lara Vargas. Ela comentou que o objetivo é equiparar o salário com o dos professores, que em nível nacional tem como piso cerca de R$ 1.900,00.
O tema pode entrar em discussão na Câmara de Vereadores mediante iniciativa da própria população. A Lei Orgânica de São Sepé prevê em seu artigo 38 que um tema pode ser proposto pela comunidade com a representação de, no mínimo, 5% do total da população, em forma de abaixo-assinado.
Conforme Vânia, são necessárias cerca de 1.500 assinaturas e algumas listas já começam a circular pelas ruas da cidade para o abaixo-assinado.
O que diz o presidente da Câmara?
O presidente da Câmara de Vereadores de São Sepé, Marco Filipini (PMDB), afirmou que não vê motivos para a redução de salário dos parlamentares sepeenses, tendo em vista os auxílios que os mesmos prestam à população não só em dias de sessão, mas como também fora da Câmara.
“Não é necessário ter este movimento”, salienta.
Filipini citou que o telefone de um vereador “nunca para de tocar” com os mais variados pedidos da comunidade e há gastos, por exemplo, com combustíveis e manutenção do veículo do parlamentar para ir em bairros ouvir as demandas da população.
“O nosso telefone toca direto, às vezes me ligam ao meio-dia e me chamam nas vilas”, destacou.
Para o presidente da Câmara, se a pessoa realmente trabalha como vereador não há motivos para se reduzir o salário. Ele citou os salários de Deputados Federais e Senadores e disse que é um absurdo o valor pago a eles.
“Não podemos pagar o preço pela roubalheira lá em cima”, concluiu Filipini relacionando a Brasília.
