Mãe de bebê encontrado morto em sanga se entrega à Polícia em Cachoeira do Sul

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A mãe do bebê encontrado morto enrolado em um saco plástico dentro de uma sanga em Cachoeira do Sul, na última quinta-feira, 13, se entregou à polícia. Ela, uma jovem de 23 anos, alegou em depoimento que a criança nasceu morta, razão pela qual resolveu descartar o corpo. A criança não teria chorado. Conforme a Polícia Civil (PC), a criança nasceu viva, no entanto, o laudo pericial ainda não foi entregue. As informações são da Rádio Gaúcha.

A polícia levantou a suspeita de que a jovem poderia estar em estado puerperal, o que poderia ter influenciado na prática do crime, que é caracterizado como infanticídio.

O delegado Fabrício de Santis Conceição, responsável pela Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), aponta que essa suspeita já está praticamente descartada. Isso, pois há indícios de que a mãe da criança, que já tem outros três filhos, agiu motivada por outras razões, que não foram informadas à reportagem porque a investigação ainda está em andamento.

“Pretendemos concluir o inquérito indiciando a suspeita por homicídio doloso qualificado, pois agiu por motivo fútil e impediu a defesa da vítima”, declara o delegado.

O inquérito deve ser concluído nos próximos dias. A mãe da criança foi liberada após prestar depoimento.

 


Estado puerperal

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), é o período pós-parto onde a mãe apresenta quadros de depressão e não aceita a criança. Há casos onde a mãe sofre crises psicológicas e pode até matar o bebê.

De acordo com o delegado Ricardo Milesi, titular da Delegacia de Polícia de Pronto-Atendimento (DPPA) em Cachoeira do Sul, matar sob a influência de estado puerperal, durante ou após o parto, é considerado infanticídio, crime previsto no código penal e tem pena, caso haja condenação, de dois a seis anos.

 

 

* Rádio Gaúcha

Foto: Robson Souza / reprodução / Rádio Gaúcha