O Juiz João Luís Pires Tedesco, da 1ª Vara Criminal do Foro Regional do Partenon, em Porto Alegre, condenou nove acusados pelo envolvimento na construção de um túnel que permitiria a fuga de detentos do Presídio Central, agora chamado Cadeia Pública. “A prova judicializada é hábil a demonstrar a ocorrência dos delitos descritos”, disse o magistrado na sentença proferida em 14 de julho.
Os réus foram acusados de organização criminosa e promoção/facilitação de fuga de preso. São eles: Cíntia Santos de Paula, Carlos Augusto Michaelsen, Daniel dos Santos Conceição, Dalvan Vargas Durante, Eliseu dos Santos, Josué Conceição, Odair José Haag, Oseias Rodrigo Flores e Ezequiel Conceição.
As penas variam de 4,6 anos a 5 anos e 9 meses de reclusão. O regime é o inicial semiaberto, à exceção de Cíntia Santos de Paula, que recebeu a maior punição e será a única a cumprir no regime inicial fechado. Para o julgador, ficou claro que desempenhava o papel de proprietária da casa que servia de base para a escavação do túnel.
“À ré Cíntia incumbia manter a aparência de residência familiar, levando até mesmo seu filho para o local, bem como cuidar da parte de alimentação dos ‘trabalhadores'”, relatou.
O magistrado entendeu que Ezequiel Conceição – condenado a 5 anos e 7 meses – atuou como mentor do plano “e responsável por toda a logística da obra, pois tem como profissão empreiteiro de construções civis”.
A meio caminho
O local começou a ser monitorado pela Polícia em outubro de 2016. Em 22 fevereiro do ano seguinte foram cumpridos os mandados de busca e apreensão pelos investigadores, que encontraram o túnel com 50 metros de comprimento, em linha reta a caminho da cadeia. Oito dos acusados foram detidos. Além de ferramentas, foram apreendidos dois automóveis que, também por decisão do juiz (perdimento), foram destinados para uso do Estado.
Fonte: TJRS
