Ivan Cezar Ineu Chaves

Emprego e renda
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A geração de emprego e renda é um desafio comum à imensa maioria dos municípios do interior brasileiro. São Sepé não escapa dessa realidade e enfrenta a difícil tarefa de incrementar seus meios de produção para, assim, aumentar a oferta de vagas de emprego e gerar paralelamente outras frentes de ocupação laboral não necessariamente definidas como mão de obra empregada, afinal, não é de hoje que nosso modelo de economia premia contratações indiretas e prestação de serviços autônomos terceirizados.

Durante a reunião de exposição do andamento dos trabalhos com vistas à implantação da Usina de Casca de arroz de São Sepé ficou muito clara a forma como esse empreendimento irá agregar emprego e renda na economia local. Estive presente na audiência pública e fiz questão de intervir pedindo esses esclarecimentos. Eles vieram de maneira muito clara. O Engenheiro e nosso conterrâneo Toninho Leão foi direto – serão mais de duzentos empregos formais durante a fase de construção. Depois, na fase de operação da Usina serão gerados aproximadamente 25 empregos diretos. A par disso, ficou muito claro, por exemplo, que no setor de transportes haverá significativa empregabilidade de caminhões, motoristas e suporte logístico para o transporte da casca. Ou seja, algumas dezenas de empregos indiretos.

A mudança da matriz produtiva do município passa, necessariamente, pela perfeita compreensão do impacto que esses novos empreendimentos são capazes de produzir numa economia discreta e ortodoxa como a nossa, ainda atrelada quase que exclusivamente ao setor primário.

É verdade que no final da década de 90 conseguimos implantar em nossa cidade uma indústria química – a Alkaest – que auxiliou bastante nossas finanças municipais e à qual agora vem a se somar a Usina da Creral. Serão duas fontes de geração de emprego e renda que escapam da velha lavoura e da tradicional pecuária.

Penso que na esteira de fatos que merecem ser comemorados nosso Prefeito Municipal que tem se mostrado um homem de boas intenções e de esforço ímpar, deveria avaliar a criação de uma pasta autônoma para a Indústria e Comércio. Nossas lideranças empresariais – e falo especificamente do SINDILOJAS e CDL, desde há muitos anos reclama a criação da Secretaria de Indústria e Comércio. É uma necessidade que não foi atendida por todos os últimos Prefeitos.

Quando falamos em diversificar a matriz econômica do município devemos entender que esse conceito de diversificação contempla diversas áreas, desde a industrial, comercial até a de prestação de serviços. Ou seja, que estamos navegando num oceano de oportunidades e de preenchimento de lacunas capazes de gerar dezenas, centenas de empregos .

Um exemplo pragmático de sub-aproveitamento é o trecho da Rodovia Federal que corta nossa cidade, no fragmento entre o Posto Sander e o antigo Posto do Job. São aproximadamente seis quilômetros nobres onde até poucos anos não existia absolutamente nada e por onde circulam diariamente centenas – quiçá milhares – de veículos.

Não é demais citar alguns exemplos de desenvolvimento centrados no comércio estabelecido às margens de rodovias e aqui na região temos o caso da “Vila Progresso” onde estamos vendo o nascimento de uma cidade no entorno do artesanato e do comércio de alimentos coloniais. Na nossa rodovia não dispomos de NENHUM estabelecimento que venda vasos de jardinagem, plantas ornamentais, alimentos artesanais, artesanato em couro, lã , etc, etc.

Certamente dezenas de novos empregos e o valor agregado de dinheiro captado de pessoas que apenas “passam” às margens da cidade estão a desafiar um importante incremento à economia sepeense . Voltaremos ao assunto…