Ivan Cezar Ineu Chaves

Beira de estrada
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Anunciei que voltaria ao assunto. Sabia que o último artigo veiculado em “O Sepeense” iria repercutir, porque cada vez que se escreve sobre geração de emprego e renda sempre se atrai a atenção da coletividade. Muitos por interesses próprios ou indiretos e outros tantos porque vibram com a possibilidade de desenvolvimento de sua cidade.

Outro aspecto positivo que cabe ser ressaltado é ver que este novo veículo de comunicação está sendo bastante apreciado e “O Sepeense” está de parabéns na medida em que está cumprindo com a interatividade, ponto fundamental entre quem produz informação e quem consome esse produto, absolutamente essencial para que se instale um debate coletivo proativo e construtivo.

Muitas pessoas me interpelaram a respeito do tópico do último artigo que desafia a melhor exploração do trecho de rodovia federal que demarquei entre o Posto Sander e o antigo Posto do Job. Trata-se de uma extensão de aproximadamente sete quilômetros que possui um substancioso potencial econômico que até poucos anos era praticamente inexplorado.

Alguns investimentos surgiram de maneira discreta e espontânea, mas foram suficientes para demonstrar que esse fragmento da rodovia representa uma fonte enorme de potencialidades para a economia de São Sepé. Empresas do setor de transporte se instalaram e conseguiram importante visibilidade, a tal ponto que a Empresa ARGENTA optou pelo local para instalar suas futuras instalações – em fase de projeto – mas que irão agregar muito para a cidade.

Outras empresas estão consolidando sua presença, entre elas a Agrícola Marzari e, segundo me relataram, outra empresa tradicional no ramo de insumos está se instalando nas proximidades da sede do Francisco Siqueira Negócios Rurais. Há ainda uma construção de grande porte nas proximidades do viaduto do empresário Giordano Moro e, merecem destaque também as melhorias no Sindicato Rural e o Hotel Casa de Malta, ambos no entorno da rodovia.

Tudo ocorreu de modo espontâneo, isto é, não houve um planejamento público e os empresários foram “aos poucos” migrando para as margens da rodovia entendendo e assimilando as enormes possibilidades de negócios latentes num extenso trecho que registra trânsito intenso e eleva sobremaneira o público alvo de quem pretende vender algum produto ou serviço.

Todavia, não há exagero algum em afirmar-se que não houve um planejamento estratégico e que nenhum dos últimos governos municipais tratou de avocar a responsabilidade de promover o desenvolvimento de nossa “beira de estrada”. Justiça se faça ao atual Prefeito, a atual gestão está encaminhando um projeto e iluminação. É algo. Mas muito mais pode ser feito.

Talvez a compra pelo poder  público de uma área e a instalação de LOTES comerciais com um forte planejamento de médio e longo prazo pode representar o acréscimo de recursos inestimáveis para nosso município. O dinheiro agregado pelo comércio de beira de estrada representa um acréscimo importante para a economia de São Sepé pelo simples fato de que se estará agregando dinheiro de fora à economia local. Dinheiro de quem apenas “passa” por aqui e, portanto, recursos extras que viriam a configurar um adicional significativo do ativo circulante. O tema continua em aberto…