Homem é condenado a 128 anos de prisão por chacina em Pinhal Grande

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Cerca de 9 horas após o começo do julgamento de Ariosto da Rosa, 43 anos, que confessou matar quatro pessoas em Pinhal Grande em 2016, o juiz  Ulisses Drewanz Gräbner leu a sentença a que ele foi condenado: 128 anos de prisão em regime fechado.

Ele foi condenado a 30 anos e 8 meses de prisão pela morte de Afonso Gonçalves, 60 anos, 30 anos e 8 meses pela morte de Iran Gonçalves dos Santos, 10 anos, a 23 anos pela morte de Alex Cardoso Leal, 17, e  25 anos pela morte de sua enteada, Bianca Moraes de Salles, 16 anos. Além disso, ele ainda foi condenado a 18 anos e 8 meses pelo estupro de Bianca.

O julgamento começou nesta manhã, no Fórum de Júlio de Castilhos. Além das quatro mortes em série, ele também foi condenado pelo estupro de Bianca, uma das vítimas e enteada de Ariosto.

Depois de um recesso, por volta do meio-dia, o júri foi retomado, às 14h, pela defesa do réu. Como se trata de réu confesso, defesa trabalha na tentativa de afastar as qualificadoras na sentença final, com base no depoimento de Ariosto em juízo. Durante a manhã, Ariosto respondeu aos questionamentos do juiz, Ulisses Drewanz Gräbner, e falou sobre o que o motivou a matar cada uma das vítimas. À tarde, o réu solicitou que não acompanhasse a continuação do julgamento. Indagado pelo juiz se gostaria de falar algo às famílias, Ariosto afirmou que se arrepende e não lembra muito bem da sequência dos fatos. Ele deixou o local onde ocorre o julgamento mas está recluso em uma sala no Fórum.


Acusação

Vídeos de depoimentos do Ariosto durante a investigação policial foram exibidos durante a fala do Ministério Público. O assistente de acusação. O promotor Theodoro Silveira lembrou que após matar Bianca, o réu foi jantar e beber em casa de conhecidos. “Ele não pode conviver em sociedade”, alegou o promotor.  Daniel Tonetto, assistente de acusação, lamentou a saída do réu do local e pediu que jurados acolham todas as qualificadoras:

– Eu gostaria que ele estivesse aqui assistindo a tudo isso, mas ele não está porque é um covarde, maluco, desequilibrado de ruim – argumentou.


Defesa

A defesa de Ariosto tenta afastar a acusação de estupro. A advogada respondeu à fala da acusação dizendo que não admite que o réu seja chamado de covarde. Em sua tese, a defesa disse que as mortes foram um caso de “uma tragédia anunciada” e acusou órgãos públicos de omissão. Para a defesa, Bianca teve um caso com um tio e que ela teria desmentido as acusações de abuso ao Conselho Tutelar:

– Foi essa mentira que a levou à morte. Esse homem surtou, é verdade. Mas isso é motivo fútil, e não torpe.


Julgamento

O réu é julgado pelos crimes de estupro e homicídio qualificado. No caso de Bianca, o crime foi cometido com quatro qualificadoras: motivo torpe, uso de recurso que dificultou a defesa da vítima, ocultação de outro crime (o estupro da adolescente) e feminicídio. Em relação a Iran e a Alex, por motivo torpe e uso de recurso que dificultou a defesa da vítima. E sobre Afonso, por motivo fútil, com uso de recurso que dificultou a defesa da vítima.

Somadas as penas, Ariosto pode ser condenado a 80 anos de prisão. Ele está recolhido na Penitenciária Estadual de Santa Maria (Pesm), desde 20 de dezembro de 2016, depois de ser capturado em um matagal, em Dona Francisca, 22 dias após as mortes.

 

 

Fonte: Diário de Santa Maria