Falta de água é reclamação constante no Bairro Kurtz

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Foto: reprodução/arquivo pessoal


 

Foto: reprodução/arquivo pessoal

Moradores de um dos maiores e mais populosos bairros de São Sepé enfrentam há anos um problema constante: a falta de água. Na última quarta-feira, 2, com um calor de quase 40ºC, a população que mora principalmente na parte alta da localidade não conseguiu tomar banho, lavar a louça ou tomar água, por exemplo. Mesmo aqueles moradores que têm caixa d’água nas residências passaram por dificuldades.

O desabastecimento de água em toda cidade na quarta-feira ocorreu porque a RGE realizou um serviço de manutenção na rede elétrica do Bairro Tatsch. O ponto de captação da Corsan localizado no Rio São Sepé é abastecido pela mesma rede que passa pela Rua Ronay Brenner, próximo ao presídio. Sem luz, não foi possível bombear água do ponto até a estação de tratamento localizada no Centro da cidade.

Mas, mesmo quando não há desligamento da rede elétrica no ponto de captação, os moradores dizem que o desabastecimento de água é constante no Bairro Kurtz ou a força com que a água chega nas casas é fraca.

O morador Luís Alberto Alves Rodrigues tem 28 anos e mora há 16 anos no Bairro Kurtz. “No decorrer desses anos vi muita coisa mudar, mas temos um problema sério que sempre passamos aqui que é a falta d’àgua. Quando saem matérias nos jornais que a Corsan avisa que terá falta de água e vamos pra lá para nos manifestarmos, não é em razão de algumas horas sem o uso dela e sim porque nosso bairro sofre com isso constantemente, mesmo quando não há esse aviso prévio”, comenta o morador.

Sobre algumas manifestações nas redes sociais a respeito do problema ele opina: “Outras pessoas não entendem essa necessidade e vão para as redes sociais chamar os moradores de “povinho”, “que nada está bom”, “que essa gente de São Sepé é assim mesmo”, mas é como eu digo: se nós moradores não exercermos nosso direito de expressão e não reclamarmos, é sinal que está bom, coisa que não está! Convido a todos que compartilham desse pensamento para sentirem na pele o que é chegar do trabalho e não ter água pra tomar banho para poder descansar, ter que ir nas casas de amigos e familiares para poder fazer isso, sendo que tua conta está em dia e se a mesma não estiver, eles vêm e cortam a tua água. Como moro no bairro há anos, resolvi me manifestar sem apontar dedos para isso ou aquilo apenas estou visando uma solução para que isso mude o mais breve possível”, explica.

Rodrigues diz que os moradores receberam com muita felicidade a notícia sobre a instalação de uma nova caixa d’água no bairro. “Foi um momento de felicidade, pois achávamos que o problema estaria próximo de ser sanado, solução essa que foi prometida para o início do ano passado e o reservatório ainda está tombado onde foi deixado; e nós moradores continuamos sem o uso da água de maneira satisfatória, e eu digo de maneira satisfatória, pois eu só lavo roupa no turno da noite, pois de tarde é impossível realizar essa tarefa, a água termina e corro o risco de perder a máquina de lavar, sem falar no ar que ficam nos canos e quando você vai ligar chuveiro torneiras, podendo haver um prejuízo nas saídas de água da casa com pedras e etc…”, explica.

E ele completa: “Como havia citado, no início do texto, “vi muita coisa mudar”, quero dizer que acompanhei de perto o crescimento do bairro e a ligação de abastecimento para as mesmas casas continua o mesmo de 70 anos atrás quando ainda não havia esse número de casas que existe hoje, mas isso é um problema da comunidade resolver ou da prestadora do serviço? Reafirmo que em certos momentos beira o descaso, pois não é um favor que a prestadora está fazendo por nós, e sim, é um serviço que está sendo pago e não estamos tendo um retorno de maneira adequada”.

 

Novo reservatório

Um dos investimentos que pode resolver o problema da falta d’água no bairro é a instalação de um novo reservatório. A estrutura de inox chegou ao município no dia 20 de março de 2018 e permanece no mesmo local sem estar funcionando.

O funcionamento da nova caixa d’água depende da construção de uma base elevada de concreto, obra orçada em aproximadamente R$ 150 mil. De acordo com o prefeito Léo Girardello, o recurso já está disponível, mas a última licitação aberta pela Prefeitura não teve nenhuma empresa interessada em assumir a obra. Com isso, será aberta uma nova licitação e o Executivo Municipal espera que haja alguma empresa que queira construir a nova base ao lado da Capela Nossa Senhora Aparecida. Quando esgotarem-se todas as etapas de licitação, será feita uma carta-convite.

Quando concluída, a obra deve beneficiar cerca de mil residências dos bairros Kurtz e Miranda, além de parcela dos bairros Walter e Medianeira.