Fabian Lisboa

Aguirre e o futebol brasileiro
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No filme Matrix, de 1999, o personagem Neo vive em um meio em que os seres humanos são ligados a um gigantesco sistema computacional, que simula o mundo no período do século 20. As máquinas usam este sistema para controlar os seres humanos e usar eles como a sua principal fonte de energia.

Entre os seres humanos rebeldes que vivem escondidos na Matrix, existe uma lenda, de que há um homem que vai salvar e libertar a humanidade dessa realidade, acordando os seres humanos para o mundo real. Essa pessoa é chamada de “O Escolhido”. No filme Neo é o escolhido e consegue libertar as pessoas dessa falsa realidade.

O Futebol Brasileiro é como o mundo de Matrix, precisa de um salvador, precisa sair dessa realidade paralela, onde os técnicos brasileiros dominam o certame nacional, com suas idéias ultrapassadas e nada inovadoras.
Esse mundo não é real, o futebol brasileiro precisa respirar, acordar, se reinventar. Vários técnicos estrangeiros tentaram a sorte no nosso pais, todos fracassaram.

Vários já foram chamados de “O Escolhido”, o messias, mas todos sucumbiram na nossa cultura e resistência a técnicos “importados”. Quarta, na frente da TV, olhando o jogo do Inter, vi surgir um novo candidato a salvador, a ser lembrado como “o cara” que deu certo como técnico no Brasil.

Diego Vicente Aguirre Camblor, autor do gol do último título do Peñarol na Libertadores, em 87. Assumiu o comando técnico do Internacional, no fim de dezembro, muito contestado no começo do seu trabalho à frente do clube. Não repetiu uma única vez a mesma escalação do time durante o Gauchão, sendo sua cabeça pedida por muitos torcedores e “sábios” de plantão.

Desde o começo de seu trabalho sempre deu oportunidade para os garotos da base, que o ajudaram a ser Campeão Gaúcho, logo no seu primeiro campeonato como técnico do Colorado. Garotos, que hoje são fundamentais para o sucesso do time, casos como Valdívia, Rodrigo Dourado, William e Geferson, esse último, recentemente, convocado por Dunga, para a disputa da Copa América.

Aos poucos ganhou a torcida, e principalmente o grupo de jogadores, o qual tem nas mãos, calou todos os críticos, blindou o grupo e está a quatro jogos de conquistar a Libertadores 2015.

O Inter volta a jogar a Copa, dia 15 de julho, às 22h, no Beira-Rio, que certamente, estará completamente lotado. Se Aguirre é “O Escolhido”, que vai mostrar o caminho do futebol que é jogado hoje no resto do mundo, para o país do 7×1. Não sei. Ninguém sabe. Mas, os caminhos e os deuses do futebol tem conspirado para isso.