Acredito que uma das nossas maiores conquistas é a liberdade de expressão; o direito que todo indivíduo tem de manifestar seu pensamento, opinião, atividade artística, intelectual, científica, de comunicação, sem censura, como é assegurado pelo artigo 5º da Constituição Federal. É uma forma de proteger a sociedade de opressões. Contudo não podemos usar a liberdade de expressão e ficar no anonimato, nem tão pouco ultrapassar a tênue linha daquilo que chamamos de respeito ao que o outro pensa.
Quando o direito de liberdade de expressão é usado de forma inconsequente, pode ocasionar revolta, desconforto; mas dizer que tal ou qual opinião é correta ou incorreta é pressupor que somos infalíveis.
A comunicação, sem sombra de dúvidas, é uma das necessidades primárias do homem, onde por intermédio dela se têm conseguido grandes feitos, mas ela é uma via de mão dupla que passa do estado de exposição para imposição, caindo no conceito de que “não é o que você fala, mas o jeito como você fala”.
Faço esta exposição porque tenho visto pessoas impondo sua opinião como sendo a única verdade, no mundo virtual e nos grupos de conversa. Recentemente, de forma paralela presenciei um episódio onde alguém de uma determinada religião desmerecia outra argumentando para a seguidora, ser a sua espiritualidade “superior”. Em qualquer contexto, onde a arrogância prevalece se perde a razão. Expormos nossa opinião é uma coisa, impormos a mesma, é outra… A questão é: Porque pessoas assim estão o tempo todo tentando provar algo? Mas provar o que? Pra quem?..Por quê?…E o livre arbítrio de cada um?
Às vezes, mesmo que, aparentemente, saibamos mais sobre determinado assunto, nos deixamos levar para que, conforme a correnteza surja uma oportunidade para expormos isto, mas de forma não agressiva e da maneira mais natural possível, para que se prolongue a troca sadia de palavras; isso se chama diálogo.
Existem escolhas que são muito pessoais e só a nós cabem e isso não se restringe só à religiosidade. A importância de respeitarmos a escolha do outro está no fato de que estamos em constante aprendizagem e evolução. Portanto, antes e abrirmos a boca devemos lembrar porque temos dois ouvidos e que o Brasil é um Estado Laico onde não cabe esse tipo de preconceito.
