Dinho Tonetto

O conservadorismo do caos interno
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Os famosos becos, as famosas vias, as ruas e rodovias da morte, todas dominadas pelo tráfico de entorpecentes, o maior mal do Brasil, superando a corrupção.

Pouco se faz e muitos se vão, assim é o caminho da vida para a maioria dos jovens brasileiros que vivem na favela, onde o tráfico toma conta e lhes dá um berço desde cedo.

Uma boa educação, uma saúde adequada e a segurança valorizada não seriam ótimas soluções?

Leio muito sobre o que dizem as pessoas influentes, porém, pouco vejo sobre o assunto de descriminalização das drogas. Já não está na hora de pararmos de procurar medidas mais severas de punição, onde punir nunca fora remédio?

Explicitamente vemos países onde a descriminalização das drogas resultou em uma maior arrecadação estatal. Podemos citar o caso do Estado do Colorado – EUA, onde foram arrecadados $ 70 milhões de dólares causando espanto pela quantia arrecadada, fazendo o Estado estudar uma medida de devolução dos impostos cobrados e criando “o dia sem impostos”. Já pensou que maravilha para os lojistas em geral?

Sendo assim com a descriminalização da droga, foram os eleitores que aprovaram (pois no Colorado a lei que estabelece um teto de arrecadação prevê que qualquer novo imposto deva passar por voto popular) a taxação de 15% sobre a droga para a educação e 10% para despesas gerais, e o uso de entorpecentes não aumentou. Para isso uso o exemplo de dirigirmos sem carteira, após conquistarmos esse direito frequentando aulas e fazendo provas perde-se o tesão de mostrarmos que estávamos errados, mas me digam, quem não achava legal passar por uma menina ou menino e mostrar que estava sem carteira e de carro? A maioria dos adolescentes, aposto que sentiram esse prazer, e hoje com a carteira em mãos se perguntarmos a resposta será: – Não vejo nada de mais em dirigir.

Falamos muito em mortes até agora, porém pasmem, o tráfico é o crime que mais encarcera no Brasil, e a maior parte dos homicídios resultam dele.

Nossa lei de drogas é falha e ultrapassada, se formos pesquisar, não encontraremos nela o significado de droga nem lícita muito menos ilícita, precisamos da portaria n° 344/98 da ANVISA.

Descriminando ao menos o uso da maconha, privaríamos os contrabandistas, os crimes organizados e a matança sem fim, neutralizando grande parte da famosa “Guerra às Drogas”, e tornando os consumidores em cidadãos honestos, também os protegendo de possíveis ataques ou prisões, assim nos traz em sua capa o jornal The Economist, um, se não o mais importante jornal do mundo.

Precisamos tomar providências, antes que percamos mais crianças e jovens inocentes, aumentando assim as estatísticas de um país que vive uma guerra interna com seu conservadorismo e tenta tapar os olhos com uma peneira.

 

Alcindo Schmidt Tonetto

Estudante de Direito – FADISMA

6° semestre