Carta aberta aos vereadores de São Sepé – Pedro Corrêa

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Resisto em expor minha opinião nas redes sociais, por motivos que não cabe aqui elencar ou justificar. Mas quando a situação exige, eu quebro essa resistência e falo. Acho justo escrever, defender, debater e problematizar esse assunto.

Em 2012, foi rejeitado na Câmara Municipal de Vereadores a obrigatoriedade do diploma em Jornalismo para trabalhar na assessoria de imprensa da Casa. Entendemos como um equívoco dos parlamentares da época a votação contrária ao projeto.

Esse ano resolvemos pôr o projeto em pauta novamente. Após discussões com os vereadores sepeenses, decidimos esperar o pleito municipal para analisar o assunto com a devida seriedade e calma que o mesmo exige.

Assessoria de imprensa é um trabalho sério que requer conhecimento profissional. Fazer textos, conduzir entrevistas, se relacionar com a mídia, gerir redes sociais e, algumas vezes, escrever discursos. Essas são tarefas que precisam ser bem-feitas, caso contrário pode haver crise e/ou colapso na instituição. Durante os quatro anos de graduação, estudamos cada mídia de maneira minuciosa, questionamos por diversas o papel da imprensa, colocamos em xeque o modus operandi da profissão constantemente, nos tornamos críticos de nós mesmos. Saímos da graduação aptos para trabalhar em todo tipo de mídia, seja de massa ou digital, prontos para atuar em qualquer área que a profissão atenda.

Sabemos que o Congresso Nacional, em 2009, desobrigou o diploma em Jornalismo para exercer a profissão. Mas não podemos, sob hipótese alguma, pagar por erros de pessoas desinformadas ou com interesses eleitoreiros claros.

Jornalismo é uma profissão séria. Assessoria também. Pedimos que os nobres vereadores de São Sepé entendam a nossa demanda e aprovem a obrigatoriedade do diploma para assessoria de imprensa da Casa. Muito mais que defender a nossa causa, é defender a nossa profissão. Foram anos de estudos, noites sem dormir, estresse, medos e incertezas. Defendemos que essa cadeira seja ocupada por pessoas com formação completa. Como formando vejo a necessidade dessa demanda. Precisamos de profissionais capacitados para exercer a função de forma livre, séria, limpa, equilibrada e ilibada, como nosso código de ética exige.

Se ainda há dúvidas sobre o tema, peço que cada um reflita e responda a seguinte questão: “vocês deixariam uma pessoa sem formação em medicina ou qualquer área da saúde operá-los?”. Perguntas retóricas não exigem respostas!

 

 

Pedro Corrêa

Estudante de Jornalismo