A hipocrisia e a comoção social – Igor Trindade de Souza

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Pessoas hipócritas são aquelas que fingem, por algum motivo específico, suas crenças, ideias, virtudes ou sentimentos, que atualmente utilizam-se de mecanismos virtuais como o Facebook para camuflar seu verdadeiro eu, equiparando-se à atores que encenam teatralmente seus personagens.

A infeliz situação vivida pela Síria é uma matéria de conhecimento público, e embora os números não sejam totalmente confiáveis, o Centro Sírio de pesquisa de Políticas presume que o número de mortes chega ao assustador montante de 500 (quinhentas) mil pessoas, com mais de 5 milhões de Sírios deslocados de suas casas ou fugindo para os países vizinhos. Consequentemente a isso, a população que antes da guerra chegava a 23 milhões, hoje está reduzida pela metade e segundo a ONU, são necessários US$ 3,2 bilhões para prover ajuda humanitária a todos, pois cerca de 70% da população não possui sequer acesso a agua potável e uma em cada três pessoas não conseguem ter alimentação mínima necessária, conforme o BBC.

Sobre a realidade vivida na Síria, Erich Hartmann define a guerra como “um lugar onde jovens que não se conhecem e não se odeiam, se matam entre si, por decisão de velhos que se conhecem, se odeiam, mas não se matam”, resultando a conclusão de que o conflito armado é um sinal de supremacia da ignorância. São tantas imagens, notícias e vídeos demonstrando a intensa intolerância, que seria simplesmente desumano alguém ignorar tais acontecimento sem comover-se. Porém, o preocupante é ver pessoas se comovendo apenas com quem está distante, dando sentido pleno a frase dita por Madre Teresa de Calcutá “É fácil amar os que estão longe. Mas nem sempre é fácil amar os que vivem ao nosso lado”, resumindo as comoções nas redes sociais, pois basta acontecer um conflito externo ou então qualquer situação similar ou de calamidade que as fotos de perfis passam a ter montagens demonstrando comoção e amor ao “próximo”, sendo que há milhares de pessoas ao redor desses, que necessitam de ajuda, mas são ignorados.

Portanto, sejamos mais humanos e efetivos frente a humanidade, estendendo as mãos para o próximo que está próximo, pois devemos necessariamente nos importar um com os outros, porque ninguém é feliz sozinho e ninguém é alguém sem outro alguém.

 

 

Igor Trindade de Souza

Estudante do 9º semestre de Direito da FAPAS