A banalização da violência entre os jovens

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Dioneia Morato

Cientista Social

 

A violência não é um fenômeno social recente. No entanto, as suas manifestações se multiplicam, assim como os atores nelas envolvidos. Estamos vivendo uma “cultura da violência” com o envolvimento de pessoas cada vez mais jovens nesses acontecimentos sombrios.

Os meios de comunicação diariamente nos colocam numerosas cenas onde a violência constitui um componente central, de tal modo que naturalizamos e banalizamos sua realidade e passamos a considerá-la um dado inerente e constitutivo de um mundo competitivo e hostil, onde as relações estão marcadas fortemente por sua presença.

Infelizmente a violência entrou de vez no currículo escolar dos brasileiros; só que agora em vez de um saudável e democrático conflito no campo das ideias, alunos, professores, diretores e funcionários precisam cada vez mais conviver com agressões, ameaças e abusos.

Não é preciso ir longe para se verificar tudo isso, basta recorrer ao “Google” e aparecem centenas de artigos, denúncias, simpósios, estudo de especialistas em Ciências da Educação e do Comportamento, na tentativa de analisar o problema e apresentar possibilidades de solução para a crescente violência entre os jovens alunos de nossas escolas. No “Youtube” encontramos imenso acervo de postagens, contendo cenas alucinantes de violência destrutiva, captadas e publicadas pelas câmeras celulares dos próprios estudantes. Há vídeos de brigas, “bulling”, quebra-quebra, mutilações e até assassinatos cometidos dentro dos ambientes escolares.

Há uma profunda falta de respeito ao outro, uma ausência de consciência de limites, uma violência instalada nos lares e no cotidiano. Colocar um vídeo de agressão na internet é uma forma de exibicionismo de uma “sociedade do espetáculo”. Mesmo diante disso, não podemos manter o silêncio perante o que está acontecendo, precisamos contestar. A escola e essa mesma sociedade do entretenimento cruel não podem ser coniventes, mas vigilantes!

Num espaço de sociabilização não pode passar despercebida sem preocupação as brincadeiras de mau gosto, empurrões, xingamentos, comportamentos muitas vezes corriqueiros de jovens, alunos, alunas…

Continuamente família, escola, sociedade devem se perguntar: – Que tipo de pessoas estamos preparando para o mundo? E agir.